Há dias o Toninho Vaz, nosso correspondente em alto mar, apresentou o texto que escreveu sobre o livro de estréia do poeta Pablo Treuffar chamado A doença é a desculpa do caráter. Muita gente ligou pedindo uma amostra do trabalho do jovem autor. Eis:

Hoje vai ser diferente.

Taxista mau-caráter
Fechou-me outra vez
Todo dia é isso
Um filho da puta taxista fecha-me a magrela
Tenho ombro fodido
Porta aberta de um
Raça de palhaços
Ele abriu a porta
Protegi com a mão
O ombro…
Pleck…
Beijei o chão
Não posso andar de bicicleta
Meu ombro estala
A magrela foi pro caralho
Outro dia estava de carro
Calmo
Indo pro trabalho
Um taxista parou na minha frente
Rua Gomes Carneiro
Rua onde passa um carro
O idiota ao invés de parar no recuo
Não
Pisou no freio
Parou!
No meio da rua
Ligou o pisca–alerta
E foda-se
Pisca-alerta de taxista é foda-se
Eles ligam o foda-se
Pronto
Param em qualquer lugar
Ainda enfio a Pica-alerta no cu de um
Eles ligam o foda-se
Eu
Pica-alerta no cu deles!
Imaginam-se os donos das ruas
Quando eu quebrar o pescoço deles
Vai estalar
Vai sim
Igual meu ombro
Vão ouvir
Hoje vai ser diferente
Vou matar um taxista

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.