O título acima tem endereço: a decisão, sem aviso prévio (ou um mês de edital é suficiente?), da prefeitura de Curitiba em ceder a Pedreira Paulo Leminski, a Ópera de Arame e o Parque Náutico para a iniciativa privada, em época de eleições municipais, sem debate com a cidade e com a promessa ao vencedor da concessão de que pode alterar o nome desses espaços.

Uma decisão dessas em ano eleitoral seria mais apropriada como plataforma de candidato:

1-“Se eleito for, prometo entregar nossos principais espaços artísticos para quem tem dinheiro e vocação cultural”. 
2-“Prometo que quem ganhar a concorrência poderá jogar fora o nome do poeta Paulo Leminski e colocar, se quiser, Pedreira do Banco de Dinheiro, Ópera da Televisão 00, Parque da Cia Paulista e Carioca Olá de Lazer”.
3- “Prometo que o vencedor poderá usar o espaço por 25 anos e determinar o valor que quiser para receber espetáculos de outros produtores. Se quiser, pode ficar só para uso próprio”. 
4- “Prometo que essas decisões abdicam de debate ou aprovação pública”.
5- “Isto posto, prometo que a abertura das propostas de preços já tem data marcada: 4 de junho de 2012. E endereço: Secretaria da Administração”.

As promessas, claro, devem vir acompanhadas de explicações:

1- “Nem a Prefeitura nem a Fundação Cultural de Curitiba tem competência e capacidade para cuidar desses espaços ou de fazer parcerias com a iniciativa privada com esse objetivo que visa adequá-los para receber espetáculos de vulto”.
2- “A parceria do investidor privado só será possível se a Prefeitura entregar os anéis e as mãos também”.
3- “O  Centro de Criatividade de Curitiba permanece com a Fundação Cultural e vai receber dinheiro do “aluguel” da Pedreira, da Ópera e do Parque”.
4- “Como Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski foram inauguradas sem estar pronta (e isso no século passado),  o vencedor da licitação tem que fazer o que a prefeitura deveria ter feito: aplicar dez milhões de reais na Ópera e cinco milhões na Pedreira”.
5- “Como Curitiba tem pouca arrecadação, o edital determina que do total da receita bruta arrecadada nos eventos de caráter privado nos espaços, no mínimo 4% serão destinados à Fundação Cultural de Curitiba e à Secretaria do Meio Ambiente.  A Prefeitura tem mais é que cuidar dos postos de saúde, que estão à míngua, e contratar mais médicos, pois a fila de espera pode demorar anos”.
6- “Vote em mim, confio em seu voto”.

Adélia Maria Lopes|30 de maio, 2012

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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