A cineasta Lúcia Murat conversa com o público na próxima edição do projeto Juliette Convida

cineastaDiretora veterana exibe o making of de seu próximo filme e movimenta um debate sobre cinema e memória no Teatro da Caixa. Foto Divulgação

Em seu segundo encontro, o projeto Juliette Convida traz a Curitiba a diretora carioca Lúcia Murat, cineasta conhecida principalmente por realizar filmes de fundo político, com base em suas histórias pessoais de militante em conflito com o regime militar brasileiro. Antes de realizar um debate com o público presente sobre o tema proposto “Cinema e Memória”, Murat exibirá o making of de “A Memória Que Me Contam”, seu novo longa-metragem, que chega aos cinemas em junho. O evento será realizado em 08 de maio (quarta-feira) às 20 horas no Teatro da Caixa Cultural, em Curitiba. A entrada é franca e os ingressos poderão ser adquiridos na bilheteria do teatro uma hora antes.

Idealizado por Josiane Orvatich e Murilo Wesolowicz, o projeto Juliette Convida tem como objetivo promover neste ano cinco encontros com importantes cineastas brasileiros. Em cada ocasião será exibido um trabalho audiovisual de curta duração escolhido pelo convidado, seguido de um debate com o público presente sobre um tema proposto pelos realizadores do evento. A primeira edição, em 13 de março, lotou o Teatro da Caixa ao trazer o diretor gaúcho Jorge Furtado (de “Meu Tio Matou Um Cara” e “Ilha das Flores”, entre outros títulos de destaque) que proporcionou um debate enriquecedor sobre “Cinema e Invenção de Linguagem”, com mediação de Josiane Orvatich.

O cinema observador e denunciativo de Lúcia Murat

Nascida no Rio de Janeiro, Lúcia Murat atua no cinema nacional desde a década de 1980, não somente como diretora, mas também como roteirista e produtora. Na adolescência se envolveu com movimento estudantil e fez parte da organização MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) após a decretação do AI-5, durante o regime militar brasileiro. Foi presa por três anos e meio e torturada. Seu primeiro longa-metragem, “Que Bom Te Ver Viva” (1989) reflete as experiências vividas por ela e outras mulheres durante este período da história do país. Sua mistura de depoimentos documentais com cenas ficcionais vividas pela atriz Irene Ravache lhe renderam os três principais prêmios no Festival de Brasília, naquele mesmo ano (melhor filme do júri oficial, do júri popular e da crítica).

O tom crítico e denunciativo quanto ao panorama social e político do Brasil marcou obras posteriores, geralmente com base em sua vivência. “Doces Poderes”, de 1997, retrata uma jornalista de política que recebe pressões em seu trabalho durante um ano de eleições. “Brava Gente Brasileira”, de 2000, retrata a relação conflituosa entre portugueses e índios durante o período de colonização brasileira. “Quase Dois Irmãos”, de 2004, mostra o encontro de amigos de infância em uma penitenciária, sendo um deles preso político e o outro um poderoso traficante. No documentário “Olhar Estrangeiro”, de 2006, analisou a forma distorcida sobre o Brasil visto pelo cinema internacional. “Maré, Nossa História de Amor”, de 2007, adaptou Romeu e Julieta para a favela carioca. Seu último filme exibido nos cinemas foi “Uma longa viagem”, um de seus trabalhos mais pessoais, que em 2011 foi o vencedor do Festival de Gramado, recebendo os prêmios de melhor longa-metragem brasileiro e de melhor ator para Caio Blat – cujo personagem tem história inspirada no irmão da diretora.

Atualmente, a realizadora concentra suas atenções na estreia do longa “A Memória Que Me Contam”, estrelado por Simone Spoladore, cuja personagem é livremente inspirada na guerrilheira Vera Silvia Magalhães.

O Juliette Convida é realizado bimestralmente, na segunda quarta-feira de cada mês. Após esta edição, com Lúcia Murat, em 08/05, serão realizados outros encontros nos dias 10/07, 11/09 e 13/11, sempre às 20h, no Teatro da Caixa Cultural. O evento tem realização da Juliette Editora e patrocínio da Caixa Cultural.

Serviço: Juliette Convida Lúcia Murat. Data: 08 de maio (quarta-feira). Horário: 20h. Local: Teatro da Caixa Cultural (R. Cons. Laurindo, 280, Centro), Curitiba (PR). Entrada franca (os ingressos serão distribuídos na bilheteria a partir das 19h). Telefone para informações: (41) 2118-5111.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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