A jaguatirica do PT

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© Lula Marques

PARECE? NÃO; É! Nutro compulsiva obsessão pela senadora Gleisi Hoffmann. Coisa antiga, algo junguiana, lance dos arquétipos, imagens que afloram do inconsciente sem que saibamos a origem. Carl Jung, o segundo na santíssima trindade psicanalítica, situava os arquétipos na origem animal, perdida na aurora dos tempos. Dois exemplos: por que o gato, desde que nasce, enterra as fezes e o cachorro espalha terra sobre elas?

Não me tomem por leviano com a senadora, embora os exemplos estejam no nível do que ela fez com a moral dos colegas. Minha obsessão com Gleisi tem seu arquétipo no cinema de Alfred Hitchcock, com Grace Kelly no memorável ‘Ladrões de Casaca’, em que protagonizou cenas de sensualidade dissimulada com Cary Grant. Grace Kelly venceu o Oscar de Melhor Atriz em  outra fita, ‘Amar e Sofrer’. Tudo me remete a Gleisi.

Meu arquétipo despertou quando assisti Lula chamando de ‘Greici’ a então diretora financeira de Itaipu. Caí em instantâneo panchã (penchant, atração, em francês) por ‘Greici’. Lula, que mente até em sonhos, me fez crer que Greici fosse Grace. E era isso mesmo. Por desatenção dos pais e falha do tabelião saiu-lhe Gleisi, não Grace, sequer Greice na certidão de nascimento. Tarde para mudar, a roda girou o lusitano mundo.

Gleisi, agora Gleisi na arte e no conjunto da obra, me fascina pela múlti persona de executiva estatal, senadora ausente, ministra presente e por fim senadora impertinente. Dediquei-lhe os versos de Mário Quintana para Cecília Meirelles: “Senhora, eu vos amo tanto que até por vosso marido me dá um certo quebranto”. Em tempo: o marido de Cecília, Fernando Correia Dias, suicidou-se. Pesou-lhe a eminência da mulher?

Não nego um certo quebranto por Paulo Bernardo, marido de Gleisi. O marido de Cecília Meirelles não morreu pelo quebranto de Mário Quintana. Deixo público e raso que se algo acontece ao marido de Gleisi, estaremos meu quebranto e eu limpos do sangue desse justo. Bernardo e eu, cada qual a seu modo, amamos Gleisi. Mas não há amor que subjugue a indócil jaguatirica do PT.

Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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