A personagem indignada

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Olivia de Havilland, atriz inglesa do clássico E o vento levou, de 1939, processou os produtores da série Feud, de 2017. O processo foi rejeitado liminarmente na justiça norte-americana. Pedia indenização por danos à sua imagem, segundo ela distorcida na interpretação de Catherine Zeta-Jones sobre a relação conturbada que manteve na vida pessoal e profissional com a irmã Joan Fontaine. Coisa boa não faz jurisprudência no Brasil, bem ao contrário. Fizesse, essa papagaiada de petistas e dilmistas sobre a deturpação de Lula e sucessora na série O Mecanismo, iria para o lixo no processo que ameaçam contra a Netflix.

Para Dilma et peterva a deturpação é grave: o personagem que encarna um suposto Lula fala em “acabar com essa sangria” [a Lava Jato], frase sabidamente do senador Romero Jucá; o escândalo Banestado é deslocado para os governos petistas, quando vem do governo FHC. Desatenção dos roteiristas. Mas a série é obra de ficção, os personagens não usam nomes reais. No típico ranço estalinista, Dilma et peterva queriam o ‘realismo socialista’: a ficção deve educar o povo dentro dos padrões da verdade oficial ditada pelo partido – outra ficção. Dilma não conhece literatura nem cinema de ficção. Ficção, ela apenas, personagem de um só autor, Lula.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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