A tout seigneur tout l’honneur

VOCÊ GOSTA de ler? Melhor, você precisa ler – assim como o doutor Renato Kanayama? O doutor gasta fortunas em livros, tem 40 mil volumes em casa, para horror de dona Regina e sonho dos corretores de seguros e catadores da papéis. É o queridinho das livrarias de Curitiba e São Paulo.

Tanto ama os livros que bombardeia os amigos com transcrições de autores. Elas vêm no zap zap com o cacoete das letras capitais, recurso exigido para a ênfase no estilo do foro. Ao grande senhor a sua honra: ele nunca perpetra his his ou rs rs nas mensagens.

Por que lembrar um amigo? Ora, porque amigos são “o nosso melhor patrimônio”, como ensinava um outro, o saudoso Ronald Schulman. A certa altura da vida restam poucos amigos, pouco importa como se foram. A quarentena faz compreender o quanto representam em nossa vida.

RK tem sido desses amigos com a clivagem da leitura. Desde a universidade ele chega antes na leitura e nas editoras. Seu cérebro tem o algoritmo que resgata o autor, o título e faz o cruzamento das referências. É um chato, indispensável e adorável.

Nosso doutor ainda tem o vício incurável dos livros de Direito. Recusa admitir que o Direito acabou, trocado pela jurisconveniência. Já avô, com o horizonte cada dia mais próximo, importam os livros que ajudam na compreensão da vida.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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