Acertaram nas moscas

@Eduardo Bolsonaro

A FOTO DE EDUARDO BOLSONARO de pistola à mostra quando visitava o pai no hospital levou a intelijênssia bolsoignara a explicações que fazem inveja às mais sofisticadas equações da física quântica. Vamos a elas.

1 – O deputado é perito criminal de origem e formação. Portanto tem porte de arma ex officio, ainda que afastado há oito anos do cargo. Isso permite-lhe levar a pistola aonde for: à câmara dos deputados, ao gabinete presidencial, ao STF, inclusive ao gabinete de Donald Trump, diante de quem será embaixador do Brasil.

2 – Por essa razão ele não podia ser impedido pelo GSI Gabinete de Segurança Institucional, que faz a segurança do pai presidente no hospital. Ainda que o GSI pudesse impedir, não o faria porque os generais que o dirigem borram-se de medo tanto das pistolas quanto dos tuítes da santíssima trinca de filhotes.

3 – O hospital não podia impedir o deputado de chegar armado – bem, fosse no primeiro hospital, o Albert Einstein, ele seria impedido, que a judeuzada lá entende de terrorismo. As regras de segurança do hospital, como dar um tiro em paciente, cedem diante de Eduardo, que só anda armado para louvar a Deus e Donald Trump.

4 – Tem a questão do exemplo. A oposição reclama do exemplo de que porte de arma não justifica exibir arma porque a lei que autoriza não foi votada. Ou seja, todo mundo vai querer andar de revólver na cinta para imitar o filho do presidente. Ora, exemplo serve para tudo, até para o bem. Eduardo, repetindo, usa as armas só para o bem.

5 – Tem mais, argumentam os pençadores bolsoignaros: qualquer pessoa com porte de arma pode chegar armado, revólver na cinta, para visitar o presidente. A única exigência é conferir a agenda. Agendado, até Adélio Bispo entra – desde que, repetem à exaustão, como Eduardo e a familiagem, tenha porte de arma.

6 – Por último, os argumentos decisivos: Eduardo portava arma no hospital por mais duas fortes razões. Primeiro, combater a bala os vírus da infecção hospitalar que poderiam atacar o presidente “intervido”, como diriam os médicos do PSL. Segundo, quem garante que um médico petista, com bisturi escondido, ataque o presidente.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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