As sabotagens de Jair Bolsonaro e seus custos em mais vidas perdidas para a Covid-19

Um estudo de professores da área de estatísticas econômicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) concluiu que em maio o isolamento social pode ter poupado 118 mil vidas no Brasil. Os professores calculam que a cada 1% de aumento no isolamento social havia uma redução na taxa de crescimento do novo coronavírus de até 37%. Como o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro forçou este isolamento a ficar abaixo do ideal, fica demonstrado que sua irresponsabilidade fez morrer muita gente.

O estudo da UFRRJ tomou por base como o vírus se espalhou pelos estados brasileiros, nos diversos graus de distanciamento, fazendo com isso uma equação estudando a transmissão do coronavírus. Desse modo, os autores puderam ver como teria sido a pandemia semisolamento social.

Por este cálculo, no cenário de maio o registro do mês seria de 47.447 mortes, muito maior do que do que o registrado oficialmente: 29.367 óbitos registrados. Ou seja, de acordo com essa projeção estatística 118.080 vidas teriam sido salvas. Este é um dos cenários. Em um resultado mais pessimista, o mês teria fechado com 213.459 óbitos, 184.092 a mais que o registrado.

Porém, mesmo em um cenário mais otimista maio teria terminado com 81.405 mortes, 52.038 a mais do que o efetivamente registrado.

Um resultado interessante trazido pelos professores foi a definição em números da relação do isolamento no controle da transmissão do vírus. “O coeficiente da relação entre o isolamento social e a transmissão do vírus foi de -37,51, indicando que cada elevação de 1% no isolamento tende a reduzir em 37% a taxa de crescimento da transmissão”, afirma o estudo.

Isso significa, conforme diz o trabalho dos professores, que a elevação do isolamento reduz a taxa de transmissão do vírus de forma significativa e mais que proporcional. O estudo da UFRRJ permite projetar, agora com números, como estaria o Brasil agora se o país tivesse sido conduzido na perspectiva negacionista do presidente Jair Bolsonaro.

Seria um desastre colossal. Cabe lembrar que há três meses, Bolsonaro afirmava que o número de vítimas fatais da Covid-19 não passaria de 800 óbitos.

O país já caminha para o registro de 90 mil mortes, sabendo-se que muito mais gente deve ter morrido sem a confirmação da doença. O total de casos confirmados no Brasil é de mais de 2 milhões, mais exatamente 2.287.475, com claros sinais de que já se vive um descontrole da contaminação, causado não só pela falta de uma centralização efetiva no governo federal do combate ao coronavírus, como pela sabotagem explícita de Jair Bolsonaro, que fugiu à sua obrigação de comandar a luta pela saúde dos brasileiros.

Bolsonaro agiu o tempo todo no sentido contrário da defesa da integridade física da população. Mesmo contaminado pelo vírus, ainda desobedece à regras de proteção para evitar passar a doença para os outros e continua com suas idiotices que beiram a loucura, comportando-se com a mesma falta de empatia humana que faz os brasileiros suspeitarem que foi eleito um psicopata para comandar o país.

Suas mais recentes cenas são grotescas como filme de terror classe B, primeiro com ele levantando para seus seguidores uma caixa de cloroquina como se fosse um troféu e depois feito um zombie solitário no Palácio da Alvorada, oferecendo cloroquina para as emas soltas no gramado.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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