O bolsonarismo é corrupto

Bolsonarismo está cheio de gente suja feito Jair Bolsonaro e seus filhos

O eleitor de Jair Bolsonaro não se comove com as reportagens sobre o enriquecimento da família do presidente porque não se importa com corrupção, ao contrário do que diz. Em cerca de 30 anos, o clã negociou 107 imóveis, 51 deles pagos total ou parcialmente com dinheiro vivo, segundo reportagem do UOL. Se alguém ainda acha que nesse angu não tem caroço, é porque é igual.

De todas as mentiras contadas por Jair, sempre achei a do combate à corrupção a melhor. O então deputado conseguiu convencer parte da população de que ele era um político preocupado com a má gestão dos recursos públicos. Em 2018, muita gente tampou o nariz e apertou o 17 com força, apesar do perfil autoritário, homofóbico, misógino e racista do então candidato.

É evidente que parte do eleitorado é um espelho do presidente nessas questões, mas sempre achei difícil acreditar que havia tanta gente capaz de relevar as atitudes de Bolsonaro apenas em prol da luta contra corrupção. Bem, parece claro que há uma parte não só preconceituosa mas conivente com a roubalheira.

Os esquemas de rachadinha e de compra de imóveis da família, que têm toda a pinta de lavagem de dinheiro, começaram a ser denunciados ainda antes da posse presidencial. De lá para cá, o bolsonarista viu a imagem pretensamente ilibada dos Bolsonaros ficar mais suja que estátua cagada de pombo, mas está sempre pronto para passar um pano que mal disfarça a sujeirada toda.

Embora honestidade não seja privilégio de nenhuma ideologia, o bolsonarismo é corrupto de raiz, chafurda na mesma lama que diz combater. Bolsonaro não derrete porque lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, desvio de verba de gabinetes, fraudes no auxílio emergencial e superfaturamento de gastos são práticas de seus apoiadores. De empresários a parlamentares e cidadãos comuns, o bolsonarismo está cheio de gente suja feito Jair Bolsonaro e seus filhos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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