Bolsonaro acenando eternamente à beira do caminho

É um retrato patético desses tempos a cena de Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira, passando cerca de 1 hora acenando a caminhoneiros e motoristas que trafegavam pela rodovia Régis Bittencourt. Não vai faltar bolsonarista interpretando esta idiotice como um grande lance instintivo de gênio da política, mas o paralelo mais próximo disso é o doido que vai para a beira da estrada acenar para quem está passando. A diferença é que o doido não causa prejuízo ao país.

Que resultado caro, este da eleição passada, com um erro eleitoral só comparável à eleição de Jânio Quadros e Fernando Collor, lembrando que no engodo de Collor houve a colaboração do PT, com Lula — sempre este enganador: e ainda tem quem duvide das suas tranquilas sonecas no sofá vermelho do delegado Romeu Tuma, no Dops. O covardão teimou em ir para o segundo turno, mesmo tendo sido amplamente avisado que seria derrotado por Collor, como aconteceu depois com o lamentável poste Fernando Haddad, fazendo-se de escada para Bolsonaro subir ao poder.

Voltando à beira da estrada, a ideia de jerico de Bolsonaro, segundo o jornal O Globo, causou um congestionamento de cerca de 5 km na Régis Bittencourt. Provavelmente é muita coisa para mentes bolsonaristas, mas a preocupação com congestionamentos nas cidades ou nas estradas não se deve somente à irritação que isso causa nos motoristas. No final, a paradeira acarreta em custos, devidamente incorporados à economia do país.

Um exercício interessante seria avaliar quanto foi o prejuízo com este sujeito sem noção acenando durante uma hora na beira de uma rodovia importante para a economia de São Paulo e do país. Claro que, inserido na quebradeira em que está o Brasil, o custo não deve dar em grande coisa. Mas levando em consideração que Bolsonaro como presidente está acenando na beira da estrada desde que tomou posse, vai ser de cair pra trás se alguém for colocar na ponta do lápis o prejuízo total desses quase dois anos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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