JAIR BOLSONARO é um homem que quebra nossos paradigmas. 1 – É o mais completo ignorante a ocupar a presidência da República. Para ser preciso, é o primeiro ignorante. 2 – É é o primeiro a fazer do governo a creche dos filhos, a quem mima, protege e quer elevar na vida, como faziam os papas renascentistas com seus sobrinhos. 3 – No ritmo que vai ainda será o primeiro presidente a perder o mandato por quebra de decoro.

SIM, quebra de decoro, a que de ora em vez pega deputados e senadores, aquele papelão que faz o colega indecoroso ser cassado pelos pares porque a vergonha é tanta que pode sujá-los além do aceitável. A falta de decoro do presidente Bolsonaro atinge não só a classe política como as instituições em geral. E o povo brasileiro em particular. Mais ao povo brasileiro, em quem o presidente agrava e acentua o complexo de vira-latas.

NOSSO COMPLEXO nacional de vira-latas tem razões objetivas, a começar pelo subdesenvolvimento crônico, que contrasta com a riqueza física e a grandeza territorial. O subdesenvolvimento avança pela falta de realizações que credenciem o país no mundo, que, apesar de uma literatura consagrada e alguns luminares da ciência, ainda não nos proporcionou um minguado Prêmio Nobel, esse valor de referência universal.

BOLSONARO divide o Brasil entre os com o complexo de vira-latas agravado e os que fazem do complexo exaltação de civismo. E o complexo, esconso na alma nacional, materializa-se por obra e desgraça do presidente. Aquilo de que nos ressentimos na auto-estima faz-se real para o mundo. Com incontinência verbal e inconsequência política, Bolsonaro reforça a convicção dos que não veem o Brasil como país sério.

EXEMPLOS ESTÃO aí, que só os adoradores do presidente não percebem. Atitudes que não condizem com a responsabilidade, os deveres e a compostura exigidas de um chefe de Estado. Como ofender a mulher do presidente da França, atribuir mazelas do país a vagos, não comprovados e inverossímeis agentes estrangeiros, como a recente inculpação do ator Leonardo DiCaprio como financiador das queimadas na Amazônia.

O BRASIL tem sido poupado de ver o presidente comparado a um Idi Amin ou a um Muamar Kadafi, ditadores sanguinários e caricatos. Não que ele não queira imitá-los, mas porque as instituições não permitem. Porém, não fica longe nas bravatas e no ridículo. Fosse apenas caricato, Bolsonaro seria mais um detalhe do caráter nacional. Ele vai além, começa a causar danos ao país com sua conduta destrambelhada e irracional.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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