Bolsonaro, o erro insuportável

Tem momentos em que fica difícil saber se Jair Bolsonaro se faz de idiota para fugir do aprofundamento de certos assuntos ou de fato não tem capacidade de compreensão. Em evento na Fundação Lemann em São Paulo, Rodrigo Maia disse que Jair Bolsonaro é “produto de nossos erros”.

A crítica é pesada e típica de quem já não tem mais paciência de suportar idiotices e desaforos, sentimento que aliás vem se generalizando. Tirando uma parcela restrita ainda que muito barulhenta de fanáticos, quem é que pode agüentar tanta besteira? Mais adiante, Bolsonaro foi questionado sobre o que Rodrigo Maia disse dele e fez que não entendeu. Ou não conseguiu mesmo compreender a fala do presidente da Câmara. Alguém que não seja sem noção veria logo que foi uma critica pesada.

Vejam o que Bolsonaro respondeu: “No meu entender, não foi uma crítica pessoal para mim. Eu acho que o Rodrigo Maia… Parabéns! Se é que ele falou isso mesmo. Olha só, mudou, realmente, de esquerda para centro-direita ou direita o governo. Então, o erro não é dele, é da esquerda que estava no poder”.

Claro que seus seguidores verão na resposta uma atitude de grande esperteza. Para esse pessoal, Bolsonaro sempre leva a melhor, o que não e verdade, conforme demonstra essa forma do presidente da Câmara se referir ao presidente da República. Como eu disse, a declaração é significativa de um país que está de saco cheio desse presidente totalmente desqualificado. O sujeito é despreparado até para as relações mais simples de um governante.

Não se sabe ainda como dispensar alguém tão problemático. Em qualquer atividade mais simples, Bolsonaro já teria sido colocado para fora ou seria ignorado, como acontecia com ele na Câmara, quando nenhum colega tinha relação próxima com ele. Porém, ironicamente no cargo mais importante da República é mais difícil se livrar o estorvo.

Mas o fato é que já existe uma consciência coletiva de que com ele não dá. Enquanto não descobre um jeito de mandá-lo para casa, a sociedade civil vai suportando a chateação, pensando como evitar o desastre que alguém tão deficiente tudo pode ser para o futuro do país. Democracia tem disso. E até encontrar uma maneira de dar um chega-pra-lá em Bolsonaro, para a maioria dos brasileiros ele já está devidamente colocado como produto de um erro brutal, que precisa ser corrigido o quanto antes.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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