Cândido completa cinco anos com edição sobre literatura paranaense

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Já está circulando a edição de agosto do Cândido, que marca os cinco anos do jornal editado pela Biblioteca Pública do Paraná. Para comemorar a data, os leitores vão receber um material especial sobre a História literária do Estado, contada por meio de cinco conteúdos editoriais diferentes — de reportagens a textos de memória.

O material jornalístico forma um mosaico do que mais interessante aconteceu na produção literária do Estado: dos primeiros anos após a emancipação política do Paraná (1853), passando pelo simbolismo no começo do século XX, o surgimento de Dalton Trevisan e a Revista Joaquim, a geração de prosadores e poetas dos anos 1980, até o momento atual, os anos 2000, marcados pela pujança editorial.

O Cândido também apresenta a produção de quatro poetas paranaenses que em breve vão lançar novas obras: Rodrigo Madeira, Guilherme Gontijo Flores, Marcos Pamplona e Adriano Scandolara. A experiente e premiada fotógrafa Vilma Slomp publica ensaio com imagens de dez autores consagrados de Curitiba — nascidos ou radicados na cidade. “Todos são ou foram meus amigos em algum momento”, afirma a fotógrafa, na ativa desde os anos 1970. De Valêncio Xavier a Helena Kolody, de Cristovão Tezza a Wilson Bueno, todos foram retratados por Slomp.

A edição ainda apresenta um longo ensaio assinado por Luiz Ruffato a respeito da obra do escritor alagoano Graciliano Ramos. Completando os inéditos, Antônio Torres, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), surge com o conto inédito “O Porto bebido e revivido”, e o gaúcho Fabrício Carpinejar antecipa poema de seu próximo livro, Não venderei a minha casa.

Trajetória

No editorial da edição, o diretor da Biblioteca Pública do Paraná, Rogério Pereira, lembra um pouco da trajetória do Cândido, cuja primeira edição começou a circular em agosto de 2011 e foi dedicada à obra do poeta Paulo Leminski.

Logo de cara, o Cândido — cuja tiragem inicial era de 5 mil exemplares; hoje, são 10 mil — exibiu a característica que marca a ferro sua personalidade editorial: a pluralidade de ideias, com as mais variadas vozes, sempre evitando privilegiar determinados grupos ou tendências estéticas”, diz.

Com parte significativa do jornal dedicada aos inéditos, seja poesia ou prosa — contos, crônicas e fragmentos de romance —, o Cândido abre espaço para a atual produção brasileira: nomes consagrados, autores cujas obras ainda precisam ser descobertas por um número expressivo de leitores e até mesmo estreantes, muitos dos quais tiveram os seus primeiros textos publicados aqui. O jornal se apresenta como uma vitrine variada, cosmopolita e interessante da literatura brasileira contemporânea”, completa Pereira.

Distribuído em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Paraná, o jornal também é enviado para diversas regiões do Brasil, a escritores, editores e jornalistas. Parte da tiragem é encaminhada para o projeto de remição de pena pela leitura no Paraná — iniciativa pioneira no país, em atividade desde 2012, e que conta atualmente com 2,5 mil participantes, quase 13% do total de 19,5 mil detentos no Estado.

Com tudo isso, o Cândido integra uma ação que busca transformar a Biblioteca Pública do Paraná em um grande centro cultural. Desde 2011, uma ampla programação dá mais vida aos cerca de 8 mil metros quadrados da BPP, incluindo encontros com escritores, exposições, contação de histórias, apresentações musicais, peças de teatro, cursos de criação literária e de ilustração. E ao final de cada evento cultural, um exemplar do Cândido aguarda os leitores para lhes fazer agradável companhia, finaliza

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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