Arquivo da categoria: Fernando José Karl

Lesmas (a Jamil Snege)

Volto ao ancoradouro de Vila da Pedra, meu caro Franz, para fumar apenas um cigarro. É que eu trabalhei a madrugada inteira nas minhas Confissões orgíacas e agora bateu um certo cansaço. O ar muito seco, muito azul, talvez me … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O Piscinão da Mansão dos Hoopers

A janela do quarto onde durmo deita para a piscina da mansão dos Hoopers; deita a janela, também, para a imensa manhã, onde o vento não se ouve, passa pelas folhas das vinhas, talvez nem se perceba o vento e … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Banho de sais

Vento quente no jardim da Casa de Água. Más valdría no haber nacido. Balofas nuvens: no undoso céu curvas imensas de cristal emanam dos eucaliptos e, se fumo erva-cidreira, me transmudo para um filme de Fellini, no exato instante daquele … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl, Uncategorized | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O pensamento de uma louça na pia

— Respiro este ponto do pensamento – que não é um ponto qualquer –, e, nesta cozinha, só sei que sou uma louça entre louças na pia. Logo todo o meu raciocínio se insurge contra esta condição e imagino outra … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A Taciturna (A partir de um texto de Paul Celan)

Quando vem a taciturna e quebra os canos, a casa fica sem água; a taciturna destroça rosais, canteiros de gérberas e a Casa do esquecimento, onde a taciturna vive, exala um olor verde-mofo. Para ele a taciturna verte a lágrima … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

As carpas na Casa de Chá

A Casa de Chá que tenho, aqui na cidade de Kyoto, é muito frequentada. Só fecha na segunda-feira; aproveito a folga para escutar Chet Baker num vinil riscado e dormir até mais tarde. Acendo o abajur, juntas e confusas, as … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Mister Wong

A fonte era atrás da Igreja dos Lavados – e fiquei horas num êxtase, língua à brasa de coxas, andando, no pensamento, em torno do poço com erva da tempestade no céu da boca. Bebi aguardente, benzi pedras e gatos. … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A Taciturna (A partir de um texto de Paul Celan)

Quando vem a taciturna e quebra os canos, a casa fica sem água; a taciturna destroça rosais, canteiros de gérberas e a Casa do esquecimento, onde a taciturna vive, exala um bolor verde-mofo. Para ele a taciturna verte a lágrima … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Episódio na cervejaria Bürgerbräukeller

Aqui, na cervejaria Bürgerbräukeller, entabulo conversa com o garçom, que me traz logo uma cerveja e inicio a primeira leitura do Testamento para El Greco, do escritor grego Nikos Kazantzakis – que sugere o total isolamento para que se possa … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Banho de sais

Vento quente no jardim da Casa de Água. Más valdría no haber nacido. Balofas nuvens: no undoso céu curvas imensas de cristal emanam dos eucaliptos e, se fumo erva-cidreira, me transmudo para um filme de Fellini, no exato instante daquele … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O pensamento de uma louça na pia

Uma louça na pia tece considerações: — Respiro este ponto do pensamento – que não é um ponto qualquer –, e, nesta cozinha, só sei que sou uma louça entre louças na pia. Logo todo o meu raciocínio se insurge … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O seu guarda-sol me lembrou uma foto linda do Picasso, na praia de Málaga, protegendo a Dora Maar

Absorta em si mesma, intacta planta viva n’água, Dora Maar percorre o sonho mau dos mortos e os puxa, com os cabelos, por cima de ondas grossas de sal. Uma deusa Dora Maar? Apaguem seu nome, a pele, a respiração … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Francisca B

Vim a este Hotel Sunset Boulevard, rente ao mar grosso de sal e azul, porque me contaram que aqui estavam me esperando Schopenhauer e Francisca B. Não os encontrei. Não faz mal. Ficarei espiando o mar tranquilo assim e o … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Uma temporada no leprosário de Santa Água

Fui internado ontem no leprosário de Santa Água. Sofro, aqui, o perverso gozo da derrota inteira, misturado a cabaças com restolhos de sopa e a esta cabeça de bagre – o Diretor-geral do leprosário – o senhor Kault – que … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Lesmas (a Jamil Snege)

Volto ao ancoradouro de Vila da Pedra, meu caro Franz, para fumar apenas um cigarro. É que eu trabalhei a madrugada inteira nas minhas Confissõesorgíacas e agora bateu um certo cansaço. O ar muito seco, muito azul, talvez me serene. … Continue lendo

Publicado em Fernando José Karl | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter