Ciro Gomes e as mulheres

Se soubesse que o procurador paulista, a quem se referiu como “filho da p…” por tê-lo denunciado por racista, será que o candidato a presidente, Ciro Gomes, mudaria o xingo?

É certo que sim. O ex-governador do Ceará sabe o quanto lhe custou aquela frase de que Patrícia Pilar tinha como função dormir com ele durante a campanha eleitoral em 2002.

Famosa, respeitada como atriz, ela fazia tratamento contra um câncer à época, estava sem cabelos, mas mesmo assim acompanhava o marido em atos públicos.

Ciro paga até hoje pelo destempero. Não adiantou nem mesmo a defesa de Patrícia, que conviveu com ele durante 17 anos e afirma que nunca presenciou qualquer comportamento machista do ex-marido. A frase, segundo ela, foi tirada do contexto e utilizada pela oposição contra o candidato.

Agora, novamente Ciro Gomes se vê diante de uma situação complicada. Se chamar um procurador da República de “filho da p…” já é ofensivo, imagina em se tratando de uma Procuradora? Abre, de novo, a discussão sobre o machismo para um candidato com antecedentes.

Ao menos quando se trata de se referir às mulheres, Ciro Gomes ganharia mais se ficasse calado.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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