Memória

Quando morre um cartunista
pra onde será que ele vai?
Existe um céu-dentista
que repõe o dente no sorriso que cai?

E quando o abatem a tiros
como a tigres, leões e elefantes?
Seriam troféus os motivos,
a pele, a juba, as presas elegantes?

Quando o coração fica suspenso
entre o medo e a impunidade,
perguntas e dúvidas perdidas no tempo
silenciam toda a humanidade.

Marta morta viverá do passado?
Geraldão é um caso encerrado?
O mundo virou casa de mãe joana
ou é só uma piada de gente insana?

Eu gostaria de rir e não posso;
respirar aliviado e não consigo.
No ar, há uma sarna e nem coçar eu coço.
Glauco levou todas as respostas consigo.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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