Curiosidades da Academia Paranaense de Letras

Dezenas de autores, todos já falecidos, não demonstraram interesse em participar da Academia Paranaense de Letras, por diversos motivos: porque achavam que a entidade não os representava (por motivos estéticos, ideológicos ou por diferenças pessoais com acadêmicos), por proibição estatutária (caso da presença feminina), por viver longe do Paraná, por timidez do escritor ou por desinteresse da própria Academia em estimular possíveis candidaturas. Sem esquecer que o limite de 40 membros sempre se mostrou um permanente limitador. Entre esses, selecionamos dezenas de nomes que fizeram parte da vida científica e cultural do Paraná, sem passar pela nossa instituição. Exceto Júlia Wanderley, autora de artigos e textos diversos, mas sem obra em volume, os demais tiveram livros publicados.

Carlos Alberto Pessoa (Nego Pessoa) (1942-2017) – De Irati, onde nasceu, tornou-se um personagem de Curitiba. Foi cronista de jornais, revistas, rádios e TVs. Apaixonado por futebol, deixou diversas obras sobre o tema: era um apaixonado torcedor do Fluminense. Publicou também Modos & Modas e Travessas & Travessias, este último em parceria, sobre as ruas em que circulava a pé todos os dias.

Lindolpho Gomes Gaya (1921-1985) – Nascido em Itararé (SP), casado com a cantora curitibana Stelinha Egg, foi compositor e arranjador requisitado, decidindo já na maturidade radicar-se em Curitiba com a mulher. Na cidade, trabalhou com jingles e vinhetas para publicidade, além de produtor de discos. O casal doou seu acervo musical para o Museu da Imagem e do Som.

Marcos Prado (1961-1996) – Curitibano, aos 15 anos já acontecia na cena psychobilly local, ao fundir poesia com música, artes plásticas, teatro e cinema. Em 1996 saiu O Livro de Poemas de Marcos Prado, reunião de seus trabalhos (FFC/Iluminuras). Teve diversos poemas traduzidos para o inglês. Dez anos depois de sua morte, a Travessa dos Editores publicou Ultralyrics, com organização de Felipe Hirch, em 2006.

Nireu Teixeira (1929-2008) – Curitibano, jornalista e advogado, Nireu José Teixeira foi secretário de redação do Correio do Paraná, na época áurea dos jornais diários. Procurador municipal, exerceu os cargos de chefe de gabinete e secretário de governo de Jaime Lerner. Conhecido por sua habilidade musical com a caixinha de fósforos, deixou dois livros de crônicas: Espeto Corrido e Espeto Corrido II.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Curiosidades da Academia Paranaense de Letras e marcada com a tag , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.