Da série “Cartas para o Cárcere”

De Beto Richa para Deonilson Roldo e Jorge Atherino

Caros amigos,
Salve! O tempo aqui no mar mediterrâneo ainda está um pouco frio, o que me fez tirar da mala aquele colete ‘Loro Piana’ que ganhei numa das nossas viagens, lembra Deo? Eu e a Fernanda estamos num cruzeiro entre Espanha e Portugal, num transatlântico que é maior do que o Palácio Iguaçu, uma beleza.

A paisagem, a comida internacional, o sol, o mar, os jantares de gala e dormir na cabine de primeira classe me deixam mais tranquilo. Ainda mais que o único uniforme (que lembra a Polícia) que eu vejo todos os dias é o do Capitão – do navio, não o Bolsonaro.

Mas quero dizer que sempre penso em vocês dois aí, ainda presos, nossos amigos de longa data e quase como da família. É uma prova de fogo, não é? Mas a Fernanda tem certeza que vocês são fortes e preparados para vencer e aguentar tudo, sem envolver pessoas inocentes que tanto fizeram por vocês.

Faz tempo que não vejo o Pepe. O primo Abi continua no Líbano, por doença, aquela tosse que não acaba nunca. O pessoal do PSDB está do meu lado e continuo presidente do partido no Paraná. Penso em falar com o Aécio sobre nosso futuro. Mas só depois que a viagem terminar, no próximo dia 6. Será que alguém aí do Paraná vai me esperar em Santos?

Vou fazer minha corrida diária agora e meus exercícios porque quero continuar com o mesmo peso de quando eu era governador. A pista de corrida do navio é muito boa e a gente corre olhando o mar, todo o tempo. Ah, lembrei: tem uma cancha de tênis espetacular aqui, quase igual a do Country de Curitiba, uma beleza. E vejam como é a vida, não consigo nem jogar porque o Fanini, meu grande parceiro, não veio comigo desta vez. Continua preso também, coitado.

Até meus amigos. Não mando fotografias porque vcs nem devem ter acesso à Internet, não é? Que pena. Grande abraço, Beto Richa

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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