Atores novos, enredos velhos

AO INDULTAR o condenado Daniel Silveira, Jair Bolsonaro cravou o primeiro prego no caixão de nossa cambaleante democracia. Resta saber se as forças armadas compraram pregos e martelos – naquelas licitações em que sobram milhares de ítens desnecessários – para completar o trabalho. Quis imitar Donald Trump, que nas últimas horas de governo indultou Steve Bannon, artífice de truques na campanha e condenado por crimes financeiros. Com a diferença que Bolsonaro quer antecipar hora, sem esperar acontecer, evitando a proclamação de sua derrota na futura eleição.

O plágio já tem script adaptado ao clima bananeiro: a invasão do STF e do TSE pelas hordas bolsonaristas. Como  o Brasil não tem um vice-presidente como Mike Pence, direitista, aliado de Donald Trump mas comprometido com a institucionalidade, o vice de Bolsonaro dará apoio ao golpe, a menos que seja para fazê-lo o novo Michel Temer. Até onde se sabe o Brasil não tem militares como os norte-americanos, que, sondados, resistiram em apoiar o golpe preparado por Donald Trump. Os golpes no Brasil são como as novelas da Globo: atores novos em enredos velhos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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