Dia da Consciência Negra

A cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil. A cada 24 horas, 13 mulheres são assassinadas – negras, na maioria.

Dos quase oitocentos mil presos no Brasil, 40% respondem por crimes relacionados às drogas e quase outros 40% por crimes patrimoniais, cerca de 66,7% das prisões aconteceram em razão das condições sociais da pobreza e da cor e, no geral, pela falta de acesso aos direitos fundamentais.

O Brasil tem cerca de 334 células nazistas, divididos em 17 grupos distintos. A maioria está concentrada na região Sul e se encontra em expansão.

A Covid-19 no Brasil tem cor e classe social. Os grupos mais vulneráveis e têm endereço nas periferias e os mais afetados são da população negra. A pandemia, assim como a estrutura social no Brasil, discrimina a cor, o gênero, a classe social e a etnia.

A intolerância religiosa contra as crenças de matriz africana cresceu cerca de 56% em 2019; as redes sociais intensificaram os ataques racistas.

A Constituição garante que o crime de racismo é imprescritível, o Supremo Tribunal Federal equiparou a homofobia e a transfobia como crimes de racismo por reconhecer a omissão legislativa do Congresso Nacional.

Também deveriam ser imprescritíveis os crimes de corrupção, contra as mulheres e os crimes sexuais, que possuem penas brandas se comparadas com o que acontece na Europa.

A renda dos 1% mais ricos é 33,7 vezes a dos 50% mais pobres no Brasil. Somos campeões de concentração de renda no mundo e não temos impostos sobre as grandes fortunas.

Predomina o racismo estrutural no país que foi o último da América a abolir a escravidão.

Os poderes do Estado, a política e a sociedade estão realmente combatendo o racismo para transformar o Brasil numa sociedade tolerante, fraterna e igualitária como reza a Constituição?

Temos um discurso oficial que oculta, tolera, é indiferente e apoia as grandes desigualdades sociais e raciais no país? Este 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é uma boa data para refletirmos esta realidade.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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