Padrelladas

DIÁRIO DA PANDEMIA

  • Tumulto no corredor. Um rapaz foi apanhado descendo nu pela escada. Não estava de todo nu: Vestia cueca. E calça. E uma camisa esportiva cobria-lhe seios e costas. Nos pés, sapatos e meias. Sobre tudo, um sobretudo. Mas todos sabíamos que por baixo de toda aquela roupa esse degenerado estava nu como veio ao mundo.
  • Não tinha ninguém olhando, entrei no bonde da XV. No comando, Rafael avisava da partida. Vi Jaime sentado ali, com um vaso de plantas no colo: eram plantas de edifícios, de praças e jardinetes. O bonde seguiu em frente e eu disse: Rafael, aonde nos leva, rapaz? Ele apontou para o céu claro da noite estrelada, e para esse céu o bonde tomou rumo. Assim, sem dizer palavra, levou-nos ao mundo da lua.
  • Na edição passada, quando dissemos canalhas, biltres, bando de ostrogodos, queríamos dizer queridos leitores. E adiante, onde dissemos vão para o inferno, queríamos dizer vocês são benvindos, e na parte onde dissemos não se podia esperar outra coisa desse bando de energúmenos, queríamos ter dito parabéns pra você nesta data querida.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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