Diário das Crise CIX

Bolsonaro testou positivo para Covid19. É a grande notícia no Brasil, com repercussão internacional. Os jornais do exterior destacam que Bolsonaro sempre negou a importância da pandemia.

Agora que foi contaminado, Bolsonaro continua negando. Deu uma entrevista bem próximo dos jornalistas, recuou alguns passos e retirou a máscara e ainda afirmou que o vírus é como uma chuva acaba caindo em todo mundo.

Bolsonaro não pensa nos outros. Em todo esse tempo em que recusou usar máscara, esteve sempre buscando o perigo. Já contaminado reuniu-se com parte do ministério, com um grupo de empresários e festejou a independência dos EUA na embaixada americana em Brasília.

Ele disse que tomou hidrocloroquina e vai defender o remédio , sobretudo se ficar curado rapidamente, sem grandes sintomas.

Seu veto à obrigatoriedade de máscaras em lojas, templos e presídios continua de pé. O próprio entorno de Bolsonaro deveria convencê-lo a desistir dessa idéia

O vírus fica no ar, conforme dizem os cientistas, e sobrevive com facilidade em lugares fechados.

Acho impossível conscientizar os bolsonaristas dessa realidade. O único caminho é utilizar a lei, salvá-la dos cortes que ele quer impor, usando falsos argumentos.

Mesmo se Bolsonaro passar apenas por sintomas leves não é o caso de subestimar a pandemia por causa disso. Outros foram obrigados a passar semanas no hospital, 65 mil morreram até agora no Brasil.

Os diplomatas, ministros, empresários, familiares, puxa sacos, enfim todos que, de alguma forma tiveram contato com o Bolsonaro deveriam utilizar o susto de terem sido contaminados para fazer as pazes com a realidade.

Creio que deveriam refletir sobre a expressão do autor de um livro sobre a gripe espanhola, definindo Bolsonaro: um idiota perigoso. Não é preciso compreender tudo, mas pelo menos tornar-se inofensivo já é um grande avanço.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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