Dirceu reencontra Lula e diz que luta agora é retomar o governo

Ex-ministro afirma que, para voltar ao poder, PT precisa deixar claro que é de esquerda e socialista

O ex-ministro José Dirceu se reencontrou com Lula na noite de sexta (8), em Curitiba, pouco depois de os dois saírem da prisão. Os petistas foram a uma festa organizada para o ex-presidente na capital do Paraná, no apartamento de um amigo no bairro Batel.

Além de posarem para fotos, Dirceu gravou um vídeo ao lado do vice-presidente do PT, o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP), que o apresentou como “grande companheiro, nosso comandante José Dirceu, que também saiu da prisão graças à decisão tomada ontem [quinta, 7] pelo STF”.

Dirceu agradece aos militante do PT pela solidariedade e afirma que é preciso trocar a bandeira “Lula livre” pela da retomada do poder, deixando claro que eles defendem o socialismo.

“Eu estava na trincheira da prisão. Agora estou aqui de novo na trincheira da luta. Agora não é [a] do Lula livre. Agora é para nós voltarmos e retomarmos o governo do Brasil”, afirma o ex-ministro. “E para isso nós precisamos deixar claro que nós somos petistas, de esquerda e socialistas. Nós somos tudo o contrário do que esse governo está fazendo. Uma boa noite para vocês, viu.” ta falou em “safadeza” e “canalhice” do que chamou de “lado podre” do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, da Justiça e da Receita Federal. Setores que, segundo ele, trabalharam para criminalizar a esquerda, o PT e o próprio Lula.

A soltura do ex-presidente ocorreu um dia após o Supremo Tribunal Federal ter decidido, por 6 votos a 5, que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos). Isso alterou a jurisprudência que, desde 2016, tem permitido a prisão logo após a condenação em segunda instância.

A decisão do Supremo, uma das mais esperadas dos últimos anos, tem potencial de beneficiar cerca de 5.000 presos, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O Brasil tem, no total, aproximadamente 800 mil presos.

Em discurso duro de 16 minutos ao sair, o petista falou em “safadeza” e “canalhice” do que chamou de “lado podre” do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, da Justiça e da Receita Federal. Setores que, segundo ele, trabalharam para criminalizar a esquerda, o PT e o próprio Lula.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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