E os petistas foram pra Cuba

Dilma e Gleisi Hoffmann na reunião do Foro de São Paulo, em Cuba. A foto é de Ricardo Stuckert, fotógrafo pessoal de Lula. Com a prisão do chefe, ele vem servindo também aos companheiros. A faixa em inglês, exibida em um país de língua espanhola e de histórica antipatia aos Estados Unidos é por conta da notória asnice das duas.

Parece que o PT resolveu assumir a piada. Não é preciso dizer para eles irem pra Cuba. Não saem de lá. Frei Betto é um que está o tempo todo na ilha dominada pela dinastia dos Castro, onde costuma descer o sarrafo na oposição ao regime comunista e elogiar o sistema de vigilância e repressão do governo, participando de eventos promovidos pelo PC cubano, em encontros locais de exaltação ao regime e fortalecimento do esquema de poder. Nesta semana, uma porção de petistas está na ilha, participando do encontro anual do Foro de São Paulo. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, e a ex-presidente Dilma Rousseff são os destaques na comitiva brasileira.

Deviam aproveitar para decretar a falência desse Foro criminoso. Dos governos instalados sob a inspiração do grupo internacional de esquerda sobraram apenas o governo de Evo Morales, que aparentemente sossegou, e os da Nicarágua e Venezuela. Em pouco mais de uma década, o sonho prometido ao continente virou um pesadelo cruel para vários países que experimentaram a receita política e econômica. O Brasil está na pindaíba que todos conhecemos. A ditadura bolivariana na Venezuela, um dos orgulhos de Fidel Castro, deixou o país numa situação desesperadora. Outro bolivariano e fã do modelo cubano, o ex-presidente do Equador, não poderá comparecer à reunião em Cuba. Foragido na Bélgica, está com pedido de prisão preventiva e extradição para responder em seu país pelo envolvimento na tentativa de sequestro do ex-deputado Fernando Balda na Colômbia, em 2010. Até as FARCs, grupo terrorista da Colômbia, teve que depor armas e participar de eleições, levando uma memorável surra nas urnas.

Mas e Daniel Ortega, será que marcará presença? Seu governo na Nicarágua está sob pressão da população, com multidões exigindo sua saída do poder. Ortega responde da forma que aprendeu com os cubanos: o governo nicaraguense já matou mais de 300 pessoas nas ruas.

O Foro de São Paulo só semeou desgraças na América Latina, mas Dilma e seus companheiros exercitam em Cuba o velho costume de apontar defeitos apenas nos outros. Da ex-presidente derrubada democraticamente no Brasil por um impeachment não se ouviu nenhuma palavrinha sobre os crimes de Ortega ou a situação desesperadora dos venezuelanos, mas teve muita crítica ao que contestam no Brasil o projeto de poder do PT e por extensão de todos seus comparsas do Foro de São Paulo, uma espécie de PCC da política. Ela passou a maior parte de seu discurso chorando as pitangas pelo seu impeachment e lamentando a prisão do chefão do PT, Lula, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Dilma discursou nesse domingo no encontro do Foro. Pobres cubanos. Ficaram livres do palavrório de Fidel Castro, para agora terem que suportar o dilmês. O falecido ditador cubano fazia discursos longuíssimos, algumas vezes de mais de cinco horas. Castro pode não ter sido o ditador mais sanguinário da História. Neste aspecto a competição é feroz. Mas com certeza foi o mais chato. Ele só se calou com a interferência da morte, cessando mais este sacrifício aos cubanos. Depois de Castro, seus ouvidos mereciam descanso eterno de palavrório inútil. Não é justo que tenham que suportar Dilma Rousseff.

José Pires|Brasil Limpeza

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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