Eleições 2018 no Paraná: fim de linha pra muita gente

Nunca uma eleição no Paraná mandou para o espaço tantas carreiras políticas como esta que estamos vivendo. Não se trata, como no passado, de derrotas eventuais que, se tiravam partidos do comando do estado, não sepultavam suas lideranças. Neste ano, não.

Começou com o ex-senador Osmar Dias, que levou com ele para casa seus quase 30% das intenções de votos dos paranaenses e toda e qualquer chance de voltar a disputar cargos eletivos. Por que não conseguiu maleabilidade para suportar o balcão de negócios dos partidos e a vaidade que cegou o irmão Alvaro Dias. E até porque os anos vão pesando pra todo mundo, por que não para os políticos?

O próprio senador Alvaro Dias, que se aventurou numa empreitada mais do que previsível para dar em nada, vai sair desta campanha presidencial para terminar o mandato no Senado, quando terá 77 anos. Difícil àquelas alturas tentar novos e desafiadores cargos na política do Paraná.

Jovem e promissor, o ex-governador Beto Richa poderia se eleger Senador com folga e fazer mais dois Richas, o irmão Pepe e o filho Marcello, e até a mulher Fernanda, ocupantes de honrosos cargos eletivos agora e na próximas eleições. Até ele mesmo, se tudo corresse bem, teria chances de voltar ao Palácio Iguaçu novamente.

Mas a família Richa foi atropelada por seu próprio “Piloto” numa estrada entre Maringá e Umuarama, a PR-323, que mesmo sem ter começado, arruinou para sempre o nome que José Richa tornou símbolo de honestidade e grandeza na política do Paraná. Beto Richa luta com desespero visível para ganhar uma vaga no Senado muito mais para se defender das denúncias sob o manto do cargo do que para se manter como liderança. Virou problema para o próprio partido, o PSDB, e para todos os aliados.

Dos irmãos Dias a Beto Richa, é muita gente para se perder numa eleição apenas. Os Dias, implicados nas questões familiares, vão encerrando suas carreiras com a dignidade dos políticos do passado. No caso de Beto Richa, trata-se de uma decadência sem precedentes, inglória, e sob o perigo de se tornar muito mais grave, de acordo com delações premiadas e investigações aprofundadas do Ministério Público.

O Paraná, quer queiramos ou não, sai menor desta eleição.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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