Elogio da loucura

Vide Bula (poema do polaco doido)

toda família curitibana tem um louquinho trancado no porão (dalton trevisan)

diazepan insensatez rivotril haldol
neozine esquizofrenia serzone vertigem
aropax neurose melleril noradrenalina stelazine
vigabatrin depressão risperdal demência vozes
fantasmas propanolol medos
prozak alucinações socian cerebrastenia
letargia alienação mental psicopatia anafranil
raciocínio absurdo efexor cefaléia cansaço pavor
zoloft desconfiança ziprexa hostilidade remeron
akineton afeto diminuído depakene
palmelor hiperprexia tegretol
ansitec rigidez muscular daforin
leponex evidência de instabilidade autonômica
anatensolparnate alterações de pensamento
dogmatilstelapar delírios convulsão sonolência
orapdiscurso indistinto midríase visão borrada
hipotensão tontura carbolitium acatisia
edema periférico boca seca constipação
os pacientes alterados devem ser mantidos
fora do alcance das crianças

(aos internos do antigo hospital espírita de psiquiatria bom retiro, por alguém que esteve lá, prontuário nº 35264)

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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