Espeto Corrido – 2019

Quem vê os jornais de hoje, bem diagramados, com uma exuberância de fotos, não faz idéia do esforço dos pioneiros da imprensa para manter suas publicações. Os clichês eram caros e difíceis. Havia um jornal do interior que possuia apenas um deles. Como estava desgastado pelo tempo e saia muito borrado, servia para tudo. Desde o Presidente da República até um flagrante de enchente. Só mudava de posição e de legenda. Era um tempo de muita criatividade.

Aqui em Curitiba contam que no antigo jornal O Dia, em certa ocasião, na hora do fechamento, ocorreu um crime no centro da cidade que foi manchete. Naquele tempo não havia essas facilidades de fotografia e fotolito. Impossibilitado de estampar o criminoso, o secretário não teve dúvidas. Colocou um enorme clichê do General Osório, “figura histórica, que empresta o nome à praça onde se deu o monstruoso assassinato”.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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