Esse ou zê?

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Elevador lotado, lá no fundo a saudação do inconveniente de plantão. “E aí, cara pálida?”. Acertou, minha cara ficou pálida, sou o constrangido de plantão. Vai direto ao assunto: “Já tem candidato?”. Todos os olhos voltados para mim, os olhos do inconveniente passeando pelos olhos do outros em busca de atenção.

A resposta sai no arranco doloroso, ‘ainda não. E você?’ “Estou analisando as propostas do Bolsonaro.” Os olhos do elevador de novo para mim, metade Bolsonaro, metade Lula. Tenho que entrar no jogo: ‘como se escreve analisando, com esse ou com ?’. O elevador chega, eu na frente saio às pressas. Pressa com dois esses.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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