Filme no Cine Guarani revela a trajetória de Valêncio Xavier

Valêncio-Xavier-ao-centroValêncio Xavier no centro entre Pedro Merege (esquerda) e o diretor Beto Carminatti, em foto de 2004.

O escritor e cineasta Valêncio Xavier, fundador da Cinemateca de Curitiba, é tema do documentário longa-metragem “Muitas vidas de Valêncio Xavier” (BR/PR – 90’ – digital – 2011), obra do diretor Beto Carminatti, em cartaz no Cine Guarani (Portão Cultural) até o dia 9 de maio, com sessões às 18h e às 20h, de terça-feira a domingo. Valêncio, que faleceu em 2008, tem sua trajetória retratada por meio de depoimentos e entrevistas, com o uso de uma linguagem inspirada no universo de artista e pesquisador que caracterizou sua existência.

O paulista Valêncio Xavier – radicado em Curitiba –, que completaria 80 anos no último dia 21 de março, deixou um vasto legado cultural como roteirista, pesquisador, escritor e cineasta. No documentário, Beto Carminatti usa a sala de exibição da Cinemateca de Curitiba como espaço de referência para revelar essa trajetória. “Colocar a Cinemateca como espaço físico para o desenvolvimento da história de Valêncio é bem mais que um pretexto narrativo”, diz Carminatti. “Trata-se de um movimento orgânico da relação sala/cinema/vida. De maneira inventiva, ele sempre trabalhou a construção do tempo, ação, memória na sua literatura/cinema e o sentido do que é verdade histórica ou ficção no processo de criação”, enfatiza o diretor.

O documentário pretende desvendar e divulgar, para o maior número de pessoas possível, uma obra de inestimável valor para a nossa cultura, por meio de uma linguagem que alterna simplicidade e ousadia na captação das imagens. Carminatti usou duas câmeras na filmagem: a primeira numa concepção clássica de enquadramento, e a outra saltando para planos de maior envolvimento emocional, numa dinâmica de construção narrativa, baseada no rigor estético e preciso de montagem do cinema de Sergei Eisenstein, com a atmosfera da poética visual dos filmes de Alain Resnais, cineastas prediletos de Valêncio.

A carência de informações sobre a história do audiovisual no Paraná é um dos elementos que moveu a realização do documentário, pois o cinema e a televisão têm sido objeto de poucos estudos em nosso estado. Seus principais representantes ainda não têm os trabalhos devidamente registrados e divulgados. Resgatar conhecimentos por meio de um dos nomes de destaque é contribuir para o enriquecimento da cultura local e nacional. “Valêncio Xavier tem forte presença no país pela sua produção literária, mas seu pioneirismo no audiovisual ainda não recebeu a devida atenção”, ressalta Carminatti.

Pioneiro – Valêncio Xavier foi pioneiro da televisão brasileira, tendo trabalhado na realização de filmes e vídeos, além de ser colaborador dos jornais Gazeta do Povo e Folha de São Paulo. Sua carreira na literatura é conhecida internacionalmente, sendo que a obra “O mez da grippe e outros livros” ganhou o prêmio Jabuti de melhor produção editorial, em 1999.

Valêncio criou o Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, no final dos anos 60 e, em 1975, fundou a Cinemateca de Curitiba, dando incentivo à formação de profissionais do cinema na cidade. Na Cinemateca, desenvolveu e coordenou trabalhos de prospecção, restauração e pesquisas sobre o cinema paranaense.

Serviço: Exibição de “Muitas Vidas de Valêncio Xavier” (BR/PR – documentário – digital – 90’ – 2011). Local: Cine Guarani (Portão Cultural – Av. República Argentina, 3.430 – Portão). O acesso ao Cine Guarani, a partir das 19h, é feito pela portaria do estacionamento. Data e horários: sessões até o dia 9 de maio de 2013, de terça-feira a domingo, às 18h e às 20h. Ingressos: R$ 5 (inteira), R$ 2,50 (meia-entrada) e R$ 1 (aos domingos). Classificação: 14 anos. Informações de bilheteria: (41) 3345-4051

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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