Como diziam os trocadilhistas

Como dizia o iconoclasta para o parceiro de vandalismo durante uma madrugada numa igrejinha barroca:
– Para baixo todo santo! Ajuda!
 
Como dizia o bobo da corte puxando o saco do príncipe herdeiro à beira do leito de morte do rei:
– No fim tudo vai dar cetro!
 
Como dizia no talk-show a garota curvilínea, que posara nua para mais uma revista masculina:
– Minha carreira artística vai de vento em polpa!
 
Como dizia o bombeiro ao repórter depois de apagado o incêndio num aviário capira:
– As galinhas eram meio velhas mas deram um bom rescaldo.
 
Como dizia um feitor para outro, irritadiço com o desenrolar dos serviços no palácio romano:
– Hoje eu estou uma pilha de servos!
 
Como dizia o médico confirmando diagnósticos para cliente hipocondríaco que aniversariava:
– Há males que vêm, parabéns!
 
Como dizia a podóloga que além de bem-sucedida na profissão também agradava como cantora noturna:
– Devo tudo à genética: tenho um vô calista e outro vocalista!
 
Como dizia a mariposa invejosa a outros insetos, ao observar a crisálida se aprontando para borboletear:
– Se a metamorfose falhar, todo mundo apupa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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