Hoje – Se Eu Morresse Amanhã

foto-chico-um-edsonfoto-chico-quatro-edsonFotos de Chico Nogueira

O Ator A é um sujeito em crise. Está com 40 anos, divorciado e mora sozinho. Sua mulher o trocou por um cara 10 anos mais novo, sua filha mora no exterior e seu filho, fazendo faculdade, pouco tem contato com ele, apesar de morarem na mesma cidade. É um homem que trabalha, trabalha e trabalha. Faz as coisas ao contrário, com a sensação de estar fazendo pelo caminho certo. Vive de menos, achando que vive de mais, e, introspectivo, não exterioriza suas neuras e frustrações. Em resumo, acha que a vida é assim mesmo. E talvez seja. Acontece que num desses dias, absolutamente desavisado, ele recebe a visita da morte, o Ator B. Quase num pastiche de um filme de Bergman (O Sétimo Selo) ele começa uma negociação com ela para prolongar um pouco mais a vida, a fim de colocar algumas coisas em ordem e, pelo menos, viver um pouco do que deixou escapar pelos dedos. A morte é implacável, irônica, cruel e sádica. Ah! E erudita. Cita Shakespeare, Nietzsche, Woody Allen, Fernando Pessoa, Chaplin, Bergman, Machado de Assis, Alvarez de Azevedo, Kafka, entre outros. Em meia dúzia de diálogos abre seus olhos para o que ele deixou de falar e viver. O Ator A tem uma hora de peça teatral para convencê-la de que não é justo levá-lo depois de abrir seus olhos e iluminar o conhecimento dele próprio. Ironia e drama, Inocência e culpa. Vida e morte. E, apesar de tudo, nada é tão dramático quanto parece e o que poderia ser trágico bem pode ser cômico e patético. É o teatro!

Texto: Edson Bueno e Ricardo Westphalen. Direção: Edson Bueno. Elenco: Edson Bueno e Ricardo Westphalen. Iluminação: Guerreiro. Figurinos: Aldice Lopes. Sonoplastia: Chico Nogueira. Cenário: Cleber Hidalgo. Design Gráfico: Robysom Souza. Produção: Ricardo Westphalen. Assistência de Produção: Robysom Souza. Promoção: Cia. Teatral Humor Proprium e Grupo Delírio Cia. De Teatro

Serviço: Mini-Auditório do Teatro Guaíra (Auditório Salvador de Ferrante). De 09 a 26 de abril – 20 horas. Preço: R$ 43,00 (inteira) – R$ 21,50 (meia) – Estudantes, acima de 60 anos e classe teatral

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Cia. Teatral Humor Proprium e Grupo Delírio Cia. De Teatro, Edson Bueno, Fotos de Chico Nogueira, Ingmar Bergman, O Sétimo Selo, Se eu morresse amanhã, Serviço: Mini-Auditório do Teatro Guaíra (Auditório Salvador de Ferrante). e marcada com a tag , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.