Horóscopo

zéCapricórnio

Tinha quatro carros e uma moto na garagem. o cachorro ficava puto da vida porque o detran não havia lhe concedido o direito de ficar parado no trânsito dentro de veículo próprio, automático, vidro elétrico, airbag, gps e fralda descartável para animal. Por isso latia até quando dormia. Só acalmava quando ganhava chocolate Godiva. Havia quatro pessoas naquela casa. Ele era penetra. Entrou e foi ficando porque fez cara de coitado, algo assim como a de um nordestino que caiu do caminhão pau-de-arara sem ninguém notar. Sua maior virtude era de palhaço, mas faltava a roupa e fora da casa ninguém o achava engraçado. Às vezes levava uns cascudos para deixar de ser metido. Mas naquela casa tinha quatro carros na garagem e o mais velho era o dele, porque ganhou de presente por ter passado um dia inteiro sem falar palavrão. Na descidona da avenida o carro apagou total. Encostou, pediu socorro na casa. O primeiro que chegou perto, morreu. Sem fazer a chupeta. O segundo explodiu a bomba d’água assim que encostou – e o terceiro perdeu os freios e acertou as grades de um edifício. Tudo ali, no mesmo local. Os quatro ficaram olhando o trânsito na noite. ninguém parou. Nem a polícia. largaram tudo e voltaram a pé para casa. Estavam preocupados com o cachorro. Que continuava latindo. A moto foi vendida no dia seguinte. Os carros deixaram onde ficaram. Alguém escreveu no jornal que aquilo era uma intervenção artística. Um crítico elogiou no jornal. Uma semana depois chegaram os patinetes. Sobrou espaço na garagem.

Aviso: como o blog do Zé Beto está em processo de mudança, o blogueiro enviou o texto para publicação na minha pocilga e e pede perdão aos seus milhares de leitores Zé da Silva escreve apenas quando dá na telha e se não for publicado, pode sumir do mapa como já aconteceu algumas vezes. Não vamos contrariar o rapaz. Vai que ele resolva fazer previsões pessimista para o cartunista que vos digita… Ah, sim, o blog do Zé Beto deve voltar ao ar no dia 15 de março e no seguinte endereço: www.jornalenoticias.com.br/zebeto.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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