Jair passará, João passarinho

“Uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família.”

LACÔNICA declaração de Jair Bolsonaro sobre a morte de João Gilberto. Lacônica e eloquente, ilustrativa de quem é o presidente: o homem do rancor, sectário, líder de facção, indiferente à missão de unificar os brasileiros. Só faz alimentar a divisão que o levou ao cargo. Coisa mesquinha, menor, execrável.

Para marcar sua característica e seu éthos, Bolsonaro não age como todos os presidentes da República de 1988, independentemente de suas filiações e crenças: reconhecer, valorizar e enaltecer os grandes brasileiros. Para o presidente Bolsonaro os grandes brasileiros são os de seu imaginário autoritário e preconceituoso.

Sequer o tradicional luto oficial ele chegou a decretar para João Gilberto. Nem precisava. Um elogio de Bolsonaro poderia manchar a biografia desse brasileiro que já entrara na história quando o hoje e ocasional presidente aprendia português em curso por correspondência. Jair está de passagem, João estará para sempre.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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