De onde vem tanta angústia, presidente Bolsonaro?

Desde que Jair Bolsonaro assumiu o governo vem me chamando a atenção sua fisionomia sempre muito para baixo. O presidente transparece muita preocupação, angústia, com um peso emocional que pode-se notar na sua face. Vejam nesta foto, tirada nesta terça-feira em reunião do Conselho de Governo, em Brasília. Creio que ninguém vai discordar que não é o semblante de um político vitorioso que alcançou o poder da forma extraordinária que todos acompanharam há poucos meses.

Seu rosto parece o de alguém muito angustiado com algo além dos problemas de rotina, que bem sei que são muitos neste início de governo. No entanto, completou-se agora o primeiro trimestre de governo, tendo muito chão ainda pela frente para que um presidente possa não só consertar o que está errado, como também realizar seus projetos de governo.

A cara de Bolsonaro não revela a confiança, a firmeza e o entusiasmo de um político que ainda tem tanto tempo pela frente para suas realizações e que, enfim, está no cargo de maior importância da República. Em muitas fotos, ele parece um homem derrotado. Esta imagem que peguei como exemplo é apenas uma das tantas em que o presidente apresenta essa mesma cara angustiada, como pude ver em dezenas de outras cenas, nas mais diversas situações, algumas delas de cerimônias festivas, onde ele aparece do mesmo jeito, como alguém que guarda para si um peso que impede que ele relaxe e desfrute do poder que alcançou.

Pode ser que eu esteja errado, mas é este desconforto pessoal que as imagens passam. É tão pesado que não parece ter relação apenas com as preocupações evidentes que qualquer um teria estando à frente de um governo com tantas complicações. Além disso, como já mencionei, essa atitude angustiada é de antes do surgimento de tantos problemas.

Bolsonaro parece viver uma tensão particular, que seu semblante não consegue esconder. De qualquer modo, mesmo que não seja nada disso, é o que parece. É um cuidado que sua equipe de comunicação não está tendo com sua imagem. Essa foto, por exemplo, ainda que muito boa do ponto de vista jornalístico, nem seria divulgada por uma assessoria mais atenta.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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