Zé da Silva

Minto a idade. Eu posso. Quem manda em mim sou eu. Aprendi isso quando não mandava porra nenhuma – mas gostei. Há teorias sobre minha mentira. Eu invento. O que a gente não inventa? Inventamo-nos 24 horas por dia/noite. Uma é A que estive perto de morrer aos cinquenta. É verdade, mas pode ser mentira. Quem manda em mim… ah, já falei! Eu minto que tenho muito mais do que o carimbado desde que nasci numa maternidade com o nome da mulher de um dos políticos mais ladrões da história do país – o que não é pouca coisa. Coloco 10 anos em cima o que diz o calendário – e nessa idade é coisa para ser chamado do Matusa, como um amigo que carrega o apelido desde os tempos colégio. O “não parece” que sempre vem é como elixir para aguentar mais um ou dois anos até esticar as canelas, se não for atropelado antes na calçada. Minto. Até nisso. Fiz o pacto. Quem manda em mim sou eu – e eu sou.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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