Deputado pede investigação sobre vazamento para família Bolsonaro

Ex-funcionário de Flávio Bolsonaro fez movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) apresentará nesta segunda (10) uma representação à PGR (Procuradoria-Geral da República) pedindo que o órgão investigue se houve vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça para a família do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

No âmbito das investigações, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviou ao MPF (Ministério Público Federal) um relatório que mostrava que Fabrício de Queiroz, ex-funcionário de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), fez movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão e depositou R$ 24 mil para a mulher de Bolsonaro, Michelle.

Pimenta afirma que há indícios de que a família Bolsonaro soube antes que as investigações resvalariam em seus assessores. E tomou providências para tentar se blindar.

No dia 15 de outubro, Fabrício de Queiroz pediu exoneração do gabinete de Flávio Bolsonaro, que é deputado estadual. No mesmo dia, a filha dele, Nathália, pediu exoneração do gabinete de Jair Bolsonaro, que era candidato a presidente e também exercia o mandato de deputado federal.

Um dia depois, diz Pimenta, o MPF pediu autorização para deflagrar a Operação Furna da Onça, para prender sete deputados estaduais que são colegas de Flávio Bolsonaro e também assessores desses parlamentares. Eles são acusados de receber um “mensalinho” do governo de Sérgio Cabral para votar a favor de projetos da administração.

A Justiça autorizou a ação no dia 25. Por causa do período eleitoral, que proíbe prisões, ela foi realizada no dia 8 de novembro.

“Há indícios claríssimos de que houve vazamento de informação privilegiada e que depois disso os funcionários se exoneraram numa tentativa de poupar a família”, diz Pimenta. “Fizeram isso para constar nos registros como ex-assessores”, afirma.

O MPF também apura um eventual vazamento de informações para outros parlamentares que viraram alvo da Operação Furna. Anotações apreendidas na casa de investigados indicariam que eles já sabiam que poderiam sofrer algum tipo de ação da polícia.

O senador Flávio Bolsonaro não atendeu o telefone nem respondeu às mensagens enviadas a ele pelo WhatsApp.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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