Mulheres do calendário Pirelli 2016 são clicadas por Annie Leibovitz

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Foto Divulgação

Aos 66 anos, a fotógrafa americana Annie Leibovitz já imortalizou com sua câmera praticamente todas as celebridades do planeta que realmente merecem receber essa alcunha: monarcas como a Rainha Elizabeth, políticos como Barack Obama, atores como George Clooney. Tem sua assinatura também uma das mais conhecidas fotos contemporâneas, a que mostra John Lennon nu, abraçado a Yoko Ono, tirada 14 horas antes de seu assassinato, em dezembro de 1980.

Foi justamente essa técnica particular de Annie, de desenvolver uma colaboração íntima entre a retratista e seu retratado, que incentivou diretores da Pirelli a convidar Annie para realizar as imagens do calendário de 2016. A fotógrafa já conhecia a experiência – em 2000, ela também foi responsável pelas imagens.

“O calendário 2000 foi um exercício de fotografar nus. Era um conceito simples,” diz Leibovitz. “Para 2016, nós fizemos algo completamente diferente, mas ainda simples. É um conjunto clássico de retratos em preto e branco feito no estúdio.” Mas foi o conceito que fascinou a fotógrafa: imagens de mulheres vitoriosas em suas áreas, mostradas exatamente como elas são. Ou seja, sem nudez ou locações paradisíacas. A vida como ela é.

Assim, Annie formou uma lista de notáveis (“Gostaria que o ano tivesse mais que 12 meses, para reunir mais mulheres”, brincou ela) formada por 13 mulheres (uma foto reúne uma dupla) de distintas atividades: atriz chinesa Yao Chen, a top model russa Natalia Vodianova, a produtora de cinema Kathleen Kennedy, a colecionadora e compradora de arte Agnes Gund (que posou com a neta Sadie Rain Hope-Gund), a tenista Serena Williams, a formadora de opinião, crítica e escritora Fran Lebowitz; a presidente da Ariel Investments,Mellody Hobson, a cineasta Ava DuVernay (Selma), a blogueira Tavi Gevinson, a artista visual iraniana Shirin Neshat, Yoko Ono, a cantora Patti Smith, e a atriz e comediante stand up Amy Schumer.

“Quis mulheres que admiro”, disse Annie Leibovitz, na segunda-feira, 30, durante a entrevista coletiva de apresentação do calendário, em Londres. “Não pretendi fazer psicologismo, mas revelar responsabilidades.” As sessões de fotos aconteceram em maio passado, em Nova York. Com um fundo neutro, Annie preferiu produzir imagens em preto em branco. “O resultado é mais limpo.”

Ao longo das sessões, surgiram surpresas. Como a decisão de Annie de convidar Sadie para fotografar com a avó, Agnes Gund, presidente emérita do Museu de Arte Moderna de Nova York. “Foi algo maravilhoso, pois me orgulho de Sadie e de suas ações culturais”, contou Agnes, lembrando que a neta morou no Rio de Janeiro durante alguns meses de 2013. “O que o calendário exaltou dessa vez não foi apenas a beleza física, mas qualidades que tornam essas mulheres em pessoas importantes da sociedade”, disse Sadie.

Ao final de cada rodada de fotos, Annie cumprimentava suas modelos com um caloroso abraço. “Trata-se de um gesto simbólico, que comprova a modéstia de Annie como artista, mesmo ela sendo uma das principais criadoras do mundo”, atestou a iraniana Shirin Neshat.

Até mesmo diante de mulheres mais geniosas, como Yoko Ono, a fotógrafa manteve a fleugma. “Annie não foi fácil”, reconheceu ela, no vídeo promocional do calendário. “Mas ela me obrigou a fazer algo diferente. E gostei justamente por isso.”

Diário do Grande ABC

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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