Grandes atletas da História

Juvenildo – Jogador de futebol, Brasil, 1926. “Cotovelo de Ouro” era o apelido de Juvenildo Constâncio, criador do gol de cotovelada. Sua habilidade não se restringia ao braço esperto: era hábil e poderoso também nas cabeçadas e na dança do ventre. Apareceu no futebol quando foi escalado pelo técnico Artacherches Fonseca como centro-avante do Frontêra Bagual, no Rio Grande do Sul, em 1943, numa memorável partida em que o time gaúcho goleou o CTFC (Centro de Tradição do Futebol Catarinense) por 6×0, fazendo três gols de cotovelada e um com a barriga milagrosa que espantava a torcida. Nunca chegou à Seleção Brasileira, pois era adepto do “copo de cerveja fatal” que o afastava dos coletivos por intoxicação alimentar. Também era mulherengo e viciado em naftalina. Na derrota do Brasil para o Uruguai, em 1950, chorou copiosamente e morreu afogado nas próprias lágrimas, ao descobrir que a empregada havia limpado as gavetas e jogado fora todas as suas bolinhas de naftalina. Era ainda nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga.

Abbdul Jabar – Atirador de quibes, Brasil, 1947. Abbdul foi o maior atirador de quibes de todos os tempos, superando inclusive o campeão Mão Veloz, atirador de charutinhos de repolho, assassinado cruelmente por um palestino mal alimentado. Abbdul conseguia arremessar quibes a uma distância de mais de 20 metros, sem errar o alvo, geralmente o prato dos fregueses do restaurante, que aplaudiam freneticamente e dobravam a gorjeta.

Derek Mostello – Provador de supositórios, Itália, 1952. Mostello nasceu, literalmente, de cu pra Lua. Foi por isso que conseguiu quebrar a marca mundial de prova de supositório estabelecida por Mallavich Grevnik, búlgara que provou mais de 15 supositórios de menta e hortelã em dez minutos. Derek morreu pobre, no anonimato, como provador de Buscopan na veia, depois de uma carreira meteórica. Bundinha de Prata, como é conhecido até hoje, tem uma estátua de bronze na praça de sua cidade natal, Palermo, naturalmente, de bunda pra Lua.

Arnésio Darlene – Palitador de dentes, Brasil, 1968. Arnésio é considerado, por unanimidade, o maior palitador de dentes de todos os tempos. Não perdoava fiapos de manga, fibras de costela, pedacinhos de azeitona, barba de camarão-abraçadinho e não permitia que resíduos de espécie alguma fossem hóspedes de sua famosa arcada dentária, que ostentava seis poderosos e reluzentes dentes de ouro, acumulados durante sua curta e risonha carreira. Recebeu várias honras, diversos títulos mundiais nas mais variadas categorias, que incluíam mordida a curta distância, espirro sem abrir a boca e bochechos com folhas de malva. Suas 18 vitórias, em 20 competições – três vezes a Maratona de Santa Felicidade, duas vezes a Palitada da Mateus Leme e ainda 12 títulos na categoria Espeto Corrido – mostraram que Arnésio palitava os dentes sem pôr a mão na frente pra disfarçar.

Salamaleke Abebe – Atleta, Costa do Marfim, 1979. Salamaleke, um dos homens mais rápidos do mundo, é o pai da corrida de trás pra frente nos 100 e 200m. Venceu várias provas internacionais, entre elas a famosa Fuga n 18º, de Johann Sebastian Bach. Na prova de Dublin, em 1992, 450m, corrida de soslaio, foi atropelado por um americano parecido com Carl Lewis e quase perdeu as pernas num acidente lamentável. Salamaleke é recordista mundial do salto em distância com colher de xarope e está até hoje correndo atrás do prejuízo.

Deusdete Rocha – Engolidora de sapos, Brasil, 1980. Eleita pela imprensa esportiva como “Engolidora do Ano” em 1997, Deusdete é dona de um público fiel, que coacha e aplaude todas as suas qualidades em campo. Filha do sapólogo Lejambre Taurino, ela desde pequena mostrou talento, engolindo as pererecas que infestavam a casa de campo da família na pequena localidade de Caixa Prego. Dona de invejável pescoço e de uma insaciável disposição para engolir anfíbios anuros, em sua maioria peçonhentos, é capaz de suportar coisas desagradáveis sem revidar, por imposição ou por conveniência. Conquistou a medalha de prata para o Brasil em 1998, em Bruxelas, engolindo sapo-concho, sapo-cururu e sapo-da-areia, um após o outro, sem intervalos. Seu maior desejo é engolir um bufo marinus (da família dos bufonídeos) na próxima Olimpíada, se a vaca não for pro brejo.

Solda, ex-goleiro de futebol de salão em Itararé (SP) tirou o time de campo após ter quebrado a clavícula ao tentar defender um pênalti batido pelo Ricardo Merege, no Colégio Epaminondas Ferreira Lobo, há séculos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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