Leia-se!

Reconheço que o sobrenome do autor deste livro, Coraúcci, não é fácil de decorar na primeira leitura, mas você nunca mais se esquecerá dele, depois de acompanhar a trajetória do maestro Severino Araújo e da sua Orquestra Tabajara contada por ele neste livro. É uma narrativa tão cuidadosa e tão deliciosa que já estou incluindo o nome de Carlos Coraúcci ao lado dos principais personagens dessa história, os instrumentistas que atuaram e atuam na orquestra, como os irmãos Araújo, K-Ximbinho, Porfírio Costa, Geraldo Medeiros, Paulo Moura e tantas outras figuras desse maravilhoso capítulo da música brasileira.

Para quem, como eu, acompanha as atividades da Orquestra Tabajara desde a infância, seja ouvindo os seus discos, seja dançando nos bailes animados por ela, este livro é uma demonstração de que nem a gente faz idéia da bela história de Severino e de seus músicos. Por isso, só me resta aconselhar no estilo jornalístico de quem prefere – muitas vezes, nem prefere, mas é obrigado – escrever pouco: leia o livro e ouça os discos.

Ainda bem que Carlos Coraúcci decidiu sair em campo para evitar que essa história caísse no esquecimento, já que estava apenas na memória dos seus personagens, e somos todos mortais. Felizmente, muitos desses personagens são longevos e dotados de boa memória, o que garantiu ao autor não só depoimentos fundamentais, como a possibilidade de apro­fundar a pesquisa em outras fontes. Mas nem isso seria suficiente se não estivéssemos diante de um escritor que sabe o valor de cada palavra e, sobretudo, conhece a importância da história a ser narrada. O resultado é um livro escrito com amor e com talento.

Enfim, estamos diante de um livro digno da grandeza de Severino Araújo e da Orquestra Tabajara.

Sérgio Cabral

Companhia Editora Nacional, 1ª Edição 2009, Todos os direitos reservados, Coordenação de arte: Narjara Lara, Assistência de Arte: Marilia Vilela e Viviane Aragão, 296 páginas. Foto da capa: Orquestra Tabajara no Rio de janeiro, 2004. Verônica Peixoto.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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