Na moldura

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Nadyr do Prado, entre Carmen Silvia (Leca) e Vera Maria. Foto de Luana Todt

Essa é minha mãe, a dona Nadyr do Prado de Oliveira.  Esses dias fui visitá-la e a encontrei detonando um ameaçador tijolo de mil páginas do Harold Bloom. E ela sempre foi assim. Mente ágil e curiosa, fortalecida pelo halterofilismo vivencial de criar 7 filhos sozinha e sem um tostão. E haja fosfato para acompanhar a Dona Nadyr. Nunca esqueço que, quando criança, nos famosos festivais de música, ela ensinava a gente que bom mesmo era o Jards Macalé em Gotham City, Raul Seixas em Let me sing, o Tom Zé fazendo solo de motocicleta em não me lembro o nome da música e Walter Franco em Cabeça.

Kafka, Sartre, Cortázar, Borges, Cervantes são apenas alguns exemplos do que eram os nossos livros infanto-juvenis. Mas o que eu quero dizer mesmo é que ela sempre foi o primeiro controle de qualidade dos Prado, antes de nossas gracinhas irem para a rua. Eu e o Marcos Prado, quando alguém elogiava demais os nossos textos, sempre dizíamos: – “Eu escrevo bem. O duro é convencer a minha mãe”. As pessoas que não conhecem os modos da dona Nadyr podem até achar que isso é literatura. Mas não, é vida. Uma vida cheia de vidas.

Roberto Prado

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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