PERDÃO, mas não dá para comparar Lula com Bolsonaro, nem Lulinha com Flavinho. Lula espojou-se na corrupção e até estimulou que Lulinha acabasse com o “ronaldinho dos negócios” na associação suspeita entre a Oi e a Gamecorp. Que agora cai na Lava Jato como sendo a lavanderia que teria pago o sítio de Atibaia.

BOLSONARO, sem dúvida, indicou Fabrício Queiroz para a assessoria de Flavinho na assembleia legislativa do Rio. Queriam o quê? São amigos de pescaria, na solidão do banhar minhocas que cimenta lealdades eternas. Queiroz é amigo do chefe da milícia, o foragido suspeito no crime de Marielle Franco.

QUEIROZ e o miliciano foragido são amigos, de lealdade cimentada na caserna, a polícia militar de onde provieram. Queiroz nomeou parentes do miliciano para o gabinete de Flavinho, e ambos rachavam o salário desses fantasmas, que trabalhavam tanto quanto Lulinha trabalhou antes e depois de se associar à Oi.

LULINHA trouxe amigos para sociedade na Gamecorp. Sociedade por quotas de amizade solidária, eram amigos desde a juventude, o Bittar sócio, filho do Bittar parceiro sindical de Lula. Amizade, família, aqui também. Amizade e família a nota comum entre Lula, Bolsonaro e os filhos que fizeram sucesso nos negócios.

FLAVINHO empregou oito parentes da ex-madrasta, segunda mulher do pai. Um amor de menino. Ele jura que os parentes da madrasta trabalhavam em seu gabinete. O MP/RJ jura que não, seria outro esquema paralelo de salários rachados: uma parte para Flavinho, o resto para a ex-madrasta, o Tesouro do Rio assumindo a pensão alimentícia de papai.

LULA, ao contrário, conseguia que o Tesouro pagasse benfeitorias e salários para suas mulheres. Marisa Letícia entrou uma e saiu outra do Alvorada, quem olhasse diria que Lula tinha trocado. Que nem a Anitta de antes e depois. Rosimeri fez lanternagem, ela e Janja recebiam belos salários pela graça de Lula. Mas faziam expediente integral e horas extras.

LULA não fez rachadinha com suas mulheres. Diria Bolsonaro, no seu jargão de estrebaria de quartel, que a rachadinha delas com Lula era outra. Até pode fazer sentido, ainda que de mau gosto, embora a verdade imponha lembrar que Lula também usa metáforas sexistas. Se as “companheira do grelo duro” aprovam, não temos nada com isso.

PORTANTO, não há como comparar um mito com outro mito, muito menos o filho de um mito com o filho do outro mito. Lulinha recebeu o sucesso de mão beijada, influência do pai e sua amizade com José Sócrates, o primeiro-ministro de Portugal que apresentou a Oi para Lula. Ah, sim, os portugueses deram sua cicuta para Sócrates: um ano de cadeia.

FLAVINHO é o self made man. Claro que o sobrenome do pai ajudou nas eleições. Mas ele podia perder, como tantos nepotes perdem. Flavinho arregaçou as mangas, chamou Fabrício Queiroz, chamou a mulher e fez dinheiro comprando imóveis. E montou uma franquia da Kopenhägen que inundou o Rio de chocolates – com aquele calorão todo.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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