Choveu-se muito!

Nunca se choveu tanto em tanto tempo.

O prefeito Marcelo Crivella usa o ‘se’, alheio, impessoal e indiferente, para as consequências trágicas da chuva no Rio de Janeiro. A chuva vem por sua conta e risco dos outros. Não tem isso de ‘se chover’, ou ‘choveu-se’, para falar bonito. Chove, ponto final. O “nunca se choveu” é o traço patife e canalha do político que ser se safar (aqui cabe o ‘se’) da responsabilidade.

Para prefeito que está no cargo por tempo suficiente para antecipar solução ou atenuação para problemas recorrentes na sua cidade, só há uma solução: “cassar-se”. Com ‘se’. Em outros tempos e com merecimentos menores, o verbo adequado seria ‘guilhotinar’. Ou melhor, ‘guilhotinar-se’. Como a chuva é ato de Deus, para o bispo Crivella a culpa é de Jeová.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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