O Consumidor e a arbitragem

Alguns contratos que os consumidores assinam possuem uma cláusula que prevê a arbitragem no caso de haver conflito entre o consumidor e o fornecedor de produtos ou de serviços.

A arbitragem é um procedimento extrajudicial, isto é, as partes escolhem árbitros privados que irão decidir sobre o conflito.

Acontece que somente será válida a referida cláusula arbitral se o consumidor for alertado desta previsão arbitral, mas pode recusá-la se assim desejar.

O julgamento em câmara arbitral ou por árbitro privado tem custos e o consumidor deverá também arcar com estas custas. Assim esta opção, normalmente, implica em gastos.

A arbitragem tem a vantagem de ser rápida em relação aos juizados especiais, e do procedimento administrativo dos Procons.

Um processo judicial normalmente pode demorar anos e, em regra, não possui medida liminar para satisfazer aos interesses dos consumidores, e o consumidor tem custos.

Nos países juridicamente civilizados, o que não é o caso do Brasil ainda, os conflitos que envolvem consumidores são rapidamente resolvidos, possuem várias agências governamentais que intercedem a favor dos consumidores, as multas e as indenizações são altíssimas o que inibe as fraudes e os crimes praticados contra aos consumidores.

Resultado: prejudicar os consumidores não compensa às grandes, médias e pequenas empresas e entes governamentais.

A arbitragem ainda não se popularizou no Brasil.

A verdade é que, excepcionalmente, os consumidores buscam seus direitos. Audiências em horários no meio do expediente do trabalhador consumidor prejudicam o emprego deste, mesmo nos Procons.

Deixar de trabalhar para buscar seus direitos ainda é um luxo no Brasil, apesar das plataformas digitais que em alguns estados estão à disposição dos consumidores. A arbitragem pode ser um bom caminho para a solução de conflitos de consumo, mas sua opção merece reflexão.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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