O dia em que Bolsonaro bateu na Globo dentro da casa dela

Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, deputado federal e candidato à presidência da República, enquadrou a Rede Globo mais uma vez, dentro da sede da emissora e, desta vez, para os milhões de telespectadores que acompanham o Jornal Nacional.

Diante de um William Bonner que parecia um boneco sem vida repetindo as perguntas esperadas, e que levantam a bola do candidato, o candidato aproveitou a deixa sobre o questionamento feito ao seu vice, o general Mourão, que defendeu a intervenção militar por conta do caos do país, e lembrou aos donos da empresa e a todos os funcionários dali, além dos brasileiros que assistiam a entrevista, que Roberto Marinho, já falecido, defendeu o golpe militar de 1964 (Bolsonaro não classifica a intervenção assim) e fez a pergunta fatal: “Roberto Marinho era um democrata ou golpista?”.

Bonner tentou argumentar com a lorota do “arrependimento” feito trocentos anos depois, em editorial do jornal O Globo, onde foi dito que erraram naquela época. Hummmmmmmmm. A pergunta dirigida ao líder nas pesquisas, aliás, foi a última feita. Com certeza era imaginado que Bolsonaro iria sacar o canhão, como fez na Globonews e deixou Mirian Leitão com cara de Mirian Leitão.

O tiro, dessa vez, foi de misericórdia – e não havia mais tempo para continuidade, pois o espancamento seria maior. Portanto, para o bem ou para o mal, o capitão saiu maior do que entrou, porque ele bateu nos donos da casa.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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