O homem que desacontece

Rogério Distéfano – O Insulto diário

O governo Michel Temer rompe todas as leis, a começar pela constituição, passando pela do bom senso. Acaba de romper uma cláusula pétrea da política, de dar uma no cravo e outra na ferradura. O presidente dá as duas na ferradura. Resultado: a ferradura sempre cai da pata do animal. Falei animal? Vocês entenderam.

A recente, grande reforma que segundo Temer realinhou o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, a de acabar com o imposto sindical, o grande passo para sacudir a estrutura corrupta e clientelística que há oitenta anos sobrevive. Até agora só serviu para assustar o ministro Barroso e libertar ‘los tres amigos do presidente’.

Pois é, o governo Temer, via Ministério do Trabalho, aprovou nota técnica para recomendar a obrigatoriedade do imposto a todos os trabalhadores, quer o aceitem ou não, sejam ou não associados ao sindicato, desde que aprovado em assembleia do sindicato. Nota técnica do Ministério do Trabalho? Depois da reforma de Temer, nota técnica nem devia existir.

Ministério do Trabalho no sistema capitalista só pode cuidar da fiscalização das condições do trabalho, uma polícia federal do ramo. A liberdade sindical tirou os sindicatos da supervisão do governo. Tem ministério público para forçar a aplicação da lei, a reforma veio para consolidar esse modelo. Se é o que aconteceu, porque no governo Temer as coisas desacontecem.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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