O senador bolsonarista do dinheiro nas nádegas e as tentativas no Senado de abafar o indefensável

É lamentável, ainda que não cause surpresa, as tentativas de senadores para defender o colega Chico Rodrigues, mas sem tocar no ponto que realmente importa, seu flagrante policial com dinheiro entre as nádegas, que só pode ser dinheiro público roubado ou então o nobre parlamentar encontrou uma forma excêntrica demais de substituir o uso da carteira.

Na tentativa de abafar o caso sem tocar na situação de um político pego pela polícia metendo a mão em verbas de emergência destinadas a uma pandemia que já matou mais de 150 mil brasileiros, colegas seus fazem críticas à decisão de Luís Roberto Barroso da suspensão do mandato, alegando que isso fere a independência entre os poderes. De uma suja ladroagem, vejam só, faz-se um debate institucional.

Ora, parece claro que a decisão do ministro Barroso foi tomada porque se fosse depender do Senado não haveria nenhuma providência para conter os arroubos de Rodrigues. A classe política fez do Congresso Nacional um clube exclusivo, com Câmara e Senado defendendo seus integrantes mesmo quando são descobertas escandalosas barbaridades. Nas duas casas domina o mais baixo espírito corporativista, além de uma grave falta de empenho quanto aos problemas nacionais.

Foi por causa dessa constante prevaricação dos parlamentares que o STF avançou sobre os sérios problemas dos esquemas políticos por detrás das chamadas “fake news”, com os grupos montados para atacar adversários, espalhar calúnias e difamações e acossar as pessoas nas redes sociais. Como foi descoberto depois da abertura do inquérito no STF, tem inclusive lavagem de dinheiro neste esquema nefasto, que até deu sossego aos internautas decentes depois de prisões e a derrubada de páginas que promoviam absurdos nas redes sociais.

É o que ocorre com a suspensão do senador Chico Rodrigues, que não teria sido contido e estaria na ativa até agora se dependesse do Senado. Já existe uma sórdida maquinação entre senadores para esta denúncia ter o andamento de tantas outras, que são roladas com vagareza até que caiam no esquecimento. Mas será difícil fazer esta manipulação, não só pela desmoralização da imagem de uma instituição que já não vai nada bem perante a opinião pública, mas porque este é um caso em que as provas abundam.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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