O vício da melancia

© Reprodução/Marc Joseph Rul

A velha melancia estava ali, bem à vista, só faltava falar “venha!”, como Patrícia Poeta no poço da crônica de Luis Fernando Veríssimo. E Rafael Greca foi, trêmulo da síndrome de abstinência pendurou-a no pescoço. Ah, alívio, sou mais eu, pensou. A melancia desta vez são os bancos em formato de pinhão da foto acima, que nosso prefeito quer instalar em pontos de ônibus. Forma de pinhão só na cabeça dele e de seu designer. Convite à depredação e celebração do desperdício.

Nosso prefeito tem essas coisas de reizinho que oferece o circo e esconde o pão. Neste mandato ainda curto – esqueçamos por ora o balanço das facécias do anterior – o prefeito já nos brindou, entre cantilenas e motejos, com os cílios nos semáforos. Homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ninguém gostou, duvido até que MinhaMargarita, a mulher essencial do prefeito, tenha gostado. Os cílios continuam por aí, sob sol e chuva – e sem rímel. Na falta do que mostrar, mostram-se factoides.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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