Olavo de Carvalho e a caravana bolsonarista para a China comunista

O comunismo internacional já anda dividindo a direita brasileira. O tal do sistema chinês de identificação que deputados bolsonaristas foram conhecer na China, com toda mordomia paga pelo governo comunista chinês, causou encrenca na troupe de Olavo de Carvalho. O guru ficou encrespado com a notícia e aproveitou para fazer um vídeo dizendo que se fosse guru de fato do governo Bolsonaro coisas desse tipo não aconteceriam.

Não vou dizer que é um puxão de orelhas no presidente Jair Bolsonaro, mas como o velho professor é de pavio curto pode ser o sinal de cansaço com as besteiras que já explodiram em menos de um mês de governo. Sou mais novo que o intrépido ativista da Virgínia, mas eu aconselharia muita maracujina, que eu nem sei se ainda existe, mas pode ser algum genérico. Seguramente, muito mais besteiras virão.

Bem, nem precisa ser um filósofo genial para saber que é uma furada embarcar na popularidade de uma figura como Bolsonaro, sem doutrina, partido ou qualquer outra estrutura organizada, levando atrás de si uma carrada de eleitos com a mesma falta de tudo, mas com a ambição de se dar bem na vida, com o menor esforço possível, por meio da política. Mas Olavo acha que sempre tem razão. E se estrepou.

No vídeo divulgado por Olavo nas redes sociais a parte mais engraçada é a de um homem já de avançada idade e que se gaba sem parar da própria inteligência, desta vez fazendo papel de adolescente ameaçando ficar de mal da deputada Carla Zambelli se ela não desistir dessa caravana abilolada. Ele garante que ajudou muito a deputada antes de ela ser eleita.

Zambelli não voltou atrás, é claro. A deputada inclusive já mandou de um hotel na China um vídeo criticando pesadamente o guru da Virgínia, dizendo que ao contrário de quem fica criticando e vive há anos no exterior, ela mora no Brasil. Como se vê, o debate entra na esfera do nacionalismo exacerbado, muito próprio da direita.

Esses comunistas não são fáceis. Não quero amendrontar ninguém com conspirações, mas é capaz de Olavo de Carvalho já ter entrado no radar do tal sistema chinês de identificacão.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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