Orelhas de livros

Um palhaço é um ser humano como outro qualquer, só que com muito mais frouxos de riso em volta. A vida do palhaço Risadescarninha não poderia ser diferente. Abandonado pelos pais aos 23 anos de idade, em plena Praça da República, ele descobriu que a vida estava ali, na sua frente, com um trinta-e-oito encostado na sua cabeça, fazia um frio danado e passava da meia-noite.

Depois de ter sido massagista de futebol, caixa de banco, provador de suspensórios em Osasco e técnico da seleção, o humilde rapaz do interior acaba no picadeiro, quase pisoteado pelos elefantes mancos e cegos do circo.

“Qual é a graça?” conta a trajetória do cidadão Roque Esturjão, o palhaço Risadescarninha, desde o seu romance com a mulher barbada do circo Panis et Circenses até a última aparição pública, em 1950, no Maracanã, como centro- avante do time uruguaio na célebre decisão da Copa de 50. O palhaço é o estilo.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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