Diário da crise LVIII

Hoje foi dia de boa notícia no front internacional. Um laboratório chamado Moderna, nos EUA, anunciou os primeiros resultados de sua vacina contra o coronavírus.

A experiência foi feita com um número reduzido de pessoas. Todas apresentaram anticorpos contra o coronavírus. A experiência será estendida a um grupo de 600 voluntários.

Estão em ritmo acelarado. Foi dia de reunião mundial da OMS. Alguns países europeus, França e Alemanha, estão falando na vacina como um bem global, que deverá estar ao alcance de todos.

É preciso combinar com os americanos, como antes precisávamos combinar com os russos.

O general Eduardo Pazuello falou pelo Brasil. É o Ministro da Saúde interino. Ignorou a gravidade da crise nacional, a cloroquina que é o grande tema de debate aqui. Mas falou no apoio do Brasil à cooperação internacional na luta contra a pandemia. É um ponto positivo.

Todo mundo ficou esperando o vídeo da reunião do Conselho de Governo. Aquele vídeo que Sérgio Moro aponta como uma prova de que Bolsonaro queria intervir na Policia Federal.

O vídeo será divulgado? Na íntegra ou em partes? Não sei. É possível que venha até proibido para menores de 14 anos: há muitos palavrões.

Preciso achar tempo para fazer algumas coisas, pesquisas, sair mentalmente do Brasil. É que as vezes, o ritmo nacional me cansa.

Tirei duas horas para ler o que me interessa e acho que vou ver outro filme se sobrar energia à noite.

Não se trata apenas de sair do Brasil. Sair da situação.  Aqui em casa toda manhã reclamamos que isto não é um sonho. Sempre acordamos com a mesma tragédia do coronavírus aqui e no mundo.

Estamos nos transformando no epicentro mas o corona avança na Rússia sobretudo no seu lado asiático.

As primeiras imagens de gente nos parques, de máscaras e mantendo o distanciamento social, já animam, embora isto não seja precisamente o futuro que sonhei. Gosto de cumprimentar e abraçar, isto não acontecerá tão cedo.

Lembro-me dos tempos da política. Nos dias de corpo a corpo, cumprimentava mais de 300 pessoas. Estoquei cumprimentos ao longo da vida. Mas ainda assim sinto falta de tocar em algumas pessoas. Ficaria contente com um racionamento mas nunca com a supressão completa.

18|5|2020

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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